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Tive o prazer de conhecer Ken Norton

Em 1996, no Hotel MGM, entrei numa enorme fila para pegar autógrafo de Ken Norton. Era enorme. Suas mãos pareciam duas raquetes de tênis. Mesmo debilitado pelo acidentes de carro que sofrera anos anteriores, Norton era uma simpatia. Topou tirar uma foto cara a cara. Antes sisudo, depois com um largo sorriso.

Por wilsonbaldini
Atualização:

Em 2011, voltei a pedir seu autógrafo, que está numa luva de boxe. "Quer me enfrentar", perguntou, brincalhão.

Hoje ele está ao lado do amigo Joe Frazier, Que Deus o tenha.

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Na sequência, um texto sobre o grande Ken Norton.

Kenneth Howard Norton morreu ontem aos 70 anos. Ken Norton fez parte da lendária época dos pesos pesados do boxe. Ao lado de Muhammad Ali, Joe Frazier e George Foreman formou o quarteto espetacular que levou os amantes da nobre arte à loucura nos anos 70.

Dono de um físico privilegiado, Norton jogou muito bem futebol americano, mas se apaixonou pelo boxe quando serviu nos Mariners.

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Era um leão em cima do ringue. Não tinha a mesma habilidade de Ali, a versatilidade de Frazier ou a força de Foreman, mas sua coragem foi destacada nas 50 vezes em que esteve em ação.

Amigo pessoal de Joe Frazier, nunca aceitou enfrentá-lo em um combate. Em 1973, teve seu momento áureo, ao quebrar o queixo de Muhammad Ali e obter sua maior vitória. Seis meses depois, perdeu a revanche, mas garantiu uma oportunidade de disputar o título mundial.

Em 26 de março de 1974, em Caracas, na Venezuela, Norton encarou um fortíssimo Foreman, que o nocauteou no segundo assalto. O revés não diminuiu seu prestígio. Após sete nocautes, voltou a enfrentar Ali, em 1976. Perdeu por pontos em decisão muito apertada.

No ano seguinte, Leon Spinks preferiu dar uma revanche para Ali ao enfrentar Norton. Spinks perdeu o cinturão do Conselho Mundial de Boxe, que foi dado a Norton, então primeiro do ranking.

Em 1978, fez um dos combates mais sensacionais da história da nobre arte, diante de Larry Holmes em sua primeira e única defesa de título mundial. Mais uma derrota discutida, com um dos jurados apontando Norton como vencedor. Ele lutou até 1981, quando tinha 38 anos. Somou 42 vitórias (33 nocautes) e um empate. Em 1998, a revista The Ring o classificou como o 22.º melhor lutador da história em todas as categorias. Em 1992, entrou para o Hall da Fama do Boxe. Norton participou de vários filmes. Era o nome preferido para trabalhar no filme Rocky, mas não aceitou o convite para ser Apollo Creed. Trabalhou também como comentarista de boxe em transmissões de rádio.

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Um acidente de carro trouxe problemas para Norton caminhar e falar. Nos últimos meses ele sofreu vários derrames.

Seu filho, Ken Norton Jr., de 46 anos, que ganhou dois Super Bowls, um com o Dallas Cowboys e outro com o San Francisco 49ers, trabalha no Seattle Seahawks. Foi ele quem informou a imprensa americana da morte do pai. Norton, que foi casado duas vezes, ainda teve outros quatro filhos: Brandon Norton, Kenisha Norton, Kenejon Norton e Keith Norton.

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