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Empresas, ONGs e governos se mobilizam para ajudar famílias

Companhias querem manter produtividade do funcionário, mas também colaborar com qualidade de vida, diz consultora

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Por Redação
Atualização:

A necessidade de estimular as crianças de forma adequada desde quando elas são pequenas não é uma preocupação exclusiva de pais e mães. Empresas, ONGs e poder público têm se mobilizado para ajudar as famílias a cuidar melhor de seus filhos.A futura mamãe Crislane Rufino, grávida de 7 meses, teve na empresa onde trabalha, a Eletropaulo, sete dias de curso sobre gestação, como organizar melhor o tempo nessa nova fase e como estimular o filho até o primeiro ano de vida. "Espero conseguir aplicar o que aprendi. De qualquer forma, estou me sentindo mais segura", diz. Sua professora, Katya Rodrigues, da consultoria Estimulando, também faz atendimentos particulares, mas diz que as empresas estão cada vez mais se ocupando da questão. "O interesse das companhias é manter a saúde e a produtividade dos funcionários", reconhece. "Mas também querem colaborar com a qualidade de vida do empregado, pois sabem que não podem perder um bom profissional."Segundo o professor da Fundação Getúlio Vargas Aloísio Araújo, seja em casa ou em boas escolas, "o investimento na primeira infância tem maior taxa de retorno que qualquer outro investimento em educação". Uma pesquisa americana, o Perry Preschool Study, mostrou que dois anos de estudo em uma pré-escola de qualidade representam um salário 36% maior quando a pessoa chega aos 40 anos. Constatações como essa vêm atraindo investimentos de governos e do terceiro setor. A Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal tem um programa de desenvolvimento infantil em parceria com seis prefeituras de São Paulo. "A intenção é preparar os serviços de saúde, assistência social e educação para dar mais atenção a essa etapa", diz Inês Mindlin Lafer, gerente da iniciativa. Em Itupeva, o programa que começou neste ano já apresenta alguns resultados. "Mulheres que têm convênio médico procuram os cursos de gestante da prefeitura", diz Rosali Monteiro, diretora adjunta de Saúde. "Antes o curso era puramente biológico, agora passou a ter um enfoque biopsicossocial e afetivo."Os treinamentos alteraram ainda a rotina das creches da cidade. Foram criadas "salas de materiais", com objetos variados para as crianças brincarem, e os pais passaram a ser convidados a se divertir com os filhos em alguns encontros. "E não precisamos de nenhum material sofisticado", diz Marinilza Gonçalves, coordenadora de duas creches. Na unidade Nossa Senhora de Lourdes, os berços foram substituídos por tatames e colchões no chão. "Assim os bebês não ficam presos. Se acordam, já podem começar a explorar o ambiente."

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