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Acusados de estuprar criança muçulmana de oito anos, hindus se declaram inocentes na Índia

Oito homens se apresentaram diante de um tribunal pela primeira vez; vítima foi violentada, estrangulada e espancada até a morte

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NOVA DÉLIH - Os oito homens acusados pelo estupro e assassinato de uma garota de oito anos de idade, na Índia, se declararam inocentes em sua primeira aparição diante de um tribunal, nesta segunda-feira, 16. Os acusados são hindus e vítima era muçulmana. A menina desapareceu enquanta pastava os pôneis de sua família e seu corpo foi encontrado numa floresta em janeiro, uma semana depois.

Veículo da polícia carregando os oito acusados pelo estupro de uma criança muçulmana de oito anos chegam ao tribunal em Kathua, no estado de Jammu e Caxemira, na Índia. Foto: AP Photo

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De acordo com a polícia, os homens planejaram o sequestro por mais de um mês, como parte de um plano para assustar a tribo da garota e fazer com que se mudassem da área, no estado de Jammu e Caxemira. Os policiais ainda afirmam que a criança foi sedada e mantida em cativeiro dentro de um templo hindu, onde foi estuprada repetidas vezes, antes de ser estrangulada e espancada até a morte.

O tribunal, nesta segunda, instruiu os investigadores para se certificarem de que os acusados tinham cópias de todas as acusações que enfrentam antes da próxima audiência, no dia 26 de abril. O caso gerou protestos em toda a Índia e atingiu destaque nacional nas notícias, quando milhares de membros do grupo radical Hindu Ekta Manch, ou a Plataforma da Unidade Hindu, marchou em apoio aos oito homens acusados.

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Centenas de advogados da associação local também tentaram impedir a polícia de entrar no complexo judicial para que apresentassem sua investigação ao júri, e disseram que todos os acusados são inocentes. Seis homens, incluindo dois policiais, são acusados de estarem diretamente envolvidos nos ataques à criança e um deles fez parte da equipe de buscas pelo corpo. Outros dois foram presos por tentativa de destruir provas.

Ao menos dois legisladores do principal partido hindu da Índia, o nacionalista Bharatiya Janata (BPJ), também se manifestaram em apoio aos acusados. O caso destaca a crescente polarização religiosa na Índia desde que o BJP chegou ao poder em 2014. / AP

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