BERLIM - O ministro da Economia da Alemanha, Peter Altmaier, pediu nesta segunda-feira, 22, uma "posição europeia" em relação à venda de armas à Arábia Saudita, cuja suspensão foi anunciada pelo governo alemão no domingo, e solicitou que outros países não "preencham esse vazio".
"Para mim, seria importante chegarmos a uma posição europeia. Compartilho isso com o ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas. Somente se todos os países europeus concordarem, isso causará impressão no governo de Riad", declarou Altmaier à emissora de TV pública alemã "ZDF".
"Não existirá qualquer consequência positiva se nós não continuarmos a exportar, mas outros países preenchem essa lacuna", afirmou Altmaier. As declarações do ministro surgem no dia seguinte ao anúncio da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, sobre a suspensão de contratos futuros de venda de armas à Arábia Saudita.
"As exportações de armas não podem acontecer no momento em que estamos", disse Merkel, no domingo, em Berlim, após uma reunião com integrantes de seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU). A chanceler também ressaltou que as explicações dadas até agora por Riad sobre a morte do jornalista Jamal Khashoggi não são suficientes e disse que o governo alemão tentará coordenar com os seus parceiros uma posição comum sobre a Arábia Saudita.
Nesta segunda, o governo alemão fez questão de reforçar que sua a decisão está diretamente ligada às dúvidas em relação ao caso do jornalista. "Quando o caso for esclarecido, veremos quais serão os próximos passos", disse o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert.
Não está claro se o governo alemão planeja bloquear a exportação de armas que tenham sido vendidas para a Arábia Saudita antes da morte de Khashoggi. Altmaier afirmou que essa questão seria analisada por Berlim e que uma decisão seria anunciada "muito em breve".
De acordo com Tanja Alemany, porta-voz do ministério de Economia da Alemanha, o país aprovou a exportação de produtos avaliados em €416 milhões (R$ 1,75 bilhão) para o reino saudita nos três primeiros trimestres do ano. Ela não informou, no entanto, quanto destas exportações já foram entregues. / EFE e AP