EUA tentam novamente acalmar Índia sobre diplomata detida em NY

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Por TABASSUM ZAKARIA
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Um alto funcionário dos Estados Unidos telefonou nesta quinta-feira à secretária indiana de Relações Exteriores, Sujatha Singh, em nova tentativa do governo norte-americano de aplacar o furor da Índia por causa da prisão e do tratamento dado a um de seus diplomatas em Nova York. A subsecretária de Estado Wendy Sherman conversou com Sujatha para enfatizar a importância das relações entre os dois países, depois da prisão de uma diplomata indiana - que teve de ficar sem roupas para ser revistada, no período em que esteve detida -, e para manifestar empenho na solução das complexas questões do caso. A Índia instou os EUA a abandonarem as acusações contra a diplomata Devyani Khobragade por pagar mal à sua empregada e por fraude na obtenção de um visto, indicando que a declaração do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, na quarta-feira, quando expressou pesar pelo tratamento dado à diplomata, não era suficiente. "Este é um episódio isolado. A secretária... certamente lamentou que às vezes as coisas não são feitas de modo diferente. Mas o que estamos focando... isto é um relacionamento incrivelmente importante. Isso não mudou de modo algum", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, a repórteres. Ela acrescentou que o governo norte-americano não está pressionando as autoridades policiais para abandonarem o caso, disse ela. A prisão de Devyani provocou revolta na Índia em relação ao tratamento dado aos indianos no exterior e alimentou um ambiente pré-eleitoral agitado, com partidos políticos de todos os campos expressando ultraje patriótico. O ministro indiano de Relações Exteriores, Salman Khurshid, disse a repórteres que o governo indiano não está convencido de que havia um caso contra Devyani, que ele disse ter sido tratada como uma criminosa comum. "Nós pedimos explicações pelo que aconteceu... e por que, e pedimos que a acusação seja abandonada e retirada imediatamente", disse Khurshid a repórteres. Devyani foi solta mediante pagamento de fiança de 250.000 dólares, depois de entregar seu passaporte e se declarar não culpada das acusações de fraudar um visto e fazer falsas declarações sobre o valor que pagava a uma empregada, também indiana. Ela pode pegar até 15 anos de prisão, se condenada pelos dois delitos. (Reportagem adicional de John Chalmers, Sruthi Gottipati e Suchitra Mohanty em Nova Délhi)

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