Ampliadas pelo teste mais potente realizado pela Coreia do Norte no domingo passado, as apreensões do mundo diplomático e de defesa estão no mais alto nível de alerta neste sábado. Os mercados financeiros ontem também fecharam sob cautela nas principais praças do globo. A atenção tem um motivo especial: hoje é a data da fundação do país e o Kim Jong-un costuma escolher "dias especiais" para lembrar o planeta de sua existência por meio de testes balísticos ou nucleares. Foi exatamente assim há um ano, por isso o temor se renova neste sábado.
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O dia na Coreia do Norte, no entanto, passa de forma tranquila, segundo informou ao Broadcast o encarregado de negócios da Embaixada do Brasil em Pyongyang, Cleiton Schekel. "Até agora, nada de novo. Acabo de vir da rua e está tudo igual", relatou ele da capital norte-coreana, às 17h30 local. O fuso do país está 11h30 à frente do brasileiro e 7h30 avançado em relação ao de Londres. O diplomata participará nesta noite, inclusive, de um jantar alusivo à data. Há exatamente um ano, Kim Jong-un realizou o então mais poderoso teste de seu programa nuclear, num movimento que foi interpretado como um desafio às sanções impostas pela Organização das Nações Unidas (ONU). Na ocasião, o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, promete que o país jamais permitiria que a Coreia do Norte se tornasse uma potência nuclear. Desde então, vários outros testes ocorreram até o de domingo passado, considerado o mais potente de todos até agora. Desde que sucedeu seu pai no comando do país, em 2012, o ditador intensificou as atividades do programa nuclear. Com a posse do novo presidente norte-americano, Donald Trump, a retórica bélica entre as duas partes avançou num nível bem mais elevado. A série de testes realizada por Pyongyang desafia convenções internacionais e vem sendo repudiada por líderes de várias partes do mundo, inclusive do Brasil. A decisão de ter uma embaixada no país, foi anunciada em julho de 2009 pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, que passou a ser uma das 25 nações que contam com uma representação na República Popular Democrática da Coreia, como é o nome oficial do país. O Brasil é o único sul-americano a ter uma embaixada em Pyongyang e investe para ter acesso a informações em primeira mão. O rumo da Coreia do Norte tende a afetar de forma cabal a situação geopolítica da Ásia, onde se localiza a segunda maior potência do globo, a China, que hoje é a principal parceira comercial brasileira e tende a se tornar nos próximos anos também o maior investidor do País.