CARACAS – O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça-feira, 10, que não irá à oitava Cúpula das Américas porque supostamente foi retirada a segurança da delegação venezuelana e porque considera que o evento "uma perda de tempo".
"Retiraram a segurança de toda a delegação da Venezuela, por isso ontem à noite [segunda-feira, 9] decidi que não vou à Cúpula das Américas em Lima e vou ficar com o povo da Venezuela nos dias 13 e 14", declarou Maduro em um ato de governo em Caracas.
Em meados de fevereiro o Peru retirou o convite a Maduro e se justificou pelo fato de os 14 países da região que formam o Grupo de Lima e outras nações, incluindo os Estados Unidos, terem vetado a presença do governante lançando mão da Declaração de Québec, de 2001.+ Cúpula de Lima elevará pressão sobre Venezuela
Maduro afirmou nessa terça-feira, 10, que esta suposta decisão do governo peruano de retirar a segurança da delegação venezuelana é "ilegal" e "inamistosa" e que nos dias 13 e 14 ficará no país para "lembrar" a tentativa de golpe de Estado que sofreu o então presidente Hugo Chávez (1999-2013) no dia 11 deste mês em 2002.
"Fico na Venezuela, essa é a minha decisão (...) Não vamos à cúpula", reiterou o chefe do Executivo sobre a viagem que qualificou de "perda de tempo".+ Radiante com renúncia de presidente do Peru, Maduro provoca peruano
O presidente da Venezuela comentou também que a ausência de última hora anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se deve ao fato de seu homólogo americano considerar Lima "um pátio traseiro" e de que "despreza, usa e desusa" os líderes de direita da América Latina.+ Intelectuais na França decidem romper com o chavismo
Trump não viajará para a cúpula para concentrar-se nos eventos na Síria. Em seu lugar irá o vice-presidente Mike Pence.
A decisão de excluir a Venezuela da cúpula, uma ação que o país caribenho considera ilegal, levou nessa terça-feira o governo de Antígua e Barbuda a anunciar que também não participará da reunião.
Outros países ideologicamente próximos à Venezuela, como Bolívia e Cuba, também expressaram seu incômodo pela forma como se vetou a presença do país, mas, por enquanto, não anunciaram sua ausência do evento. //EFE