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Ataque em Charlottesville foi terrorismo interno, diz secretário de Justiça dos EUA

Em entrevista ao programa 'Good Morning America', da emissora ABC, Jeff Sessions afirmou que a pasta busca todos os argumentos para apresentar acusações James Alex Fields Jr., motorista que atropelou manifestantes contrários a uma marcha de extrema direita

Atualização:

WASHINGTON - O ataque com automóvel a manifestantes contrários a uma marcha de extrema direita nos Estados Unidos, que deixou uma pessoa morta, pode ser considerado terrorismo interno, afirmou nesta segunda-feira, 14, o secretário de Justiça dos EUA, Jeff Sessions.

Uma mulher morreu e 19 pessoas ficaram feridas em Charlottesville, na Virgínia, no sábado, quando um carro avançou em direção a uma multidão contrária a uma marcha de supremacistas brancos e neonazistas, convocada para protestar contra a retirada de uma estátua do general Robert Lee, o derrotado líder dos confederados na Guerra Civil americana.

Motorista identificado como James Alex Fields Jr. avança contra multidão em Charlottesville, no sábado; 1 pessoa morrreu e 19 ficaram feridas no ataque Foto: Ryan M. Kelly/The Daily Progress via AP

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O ataque do veículo "entra na definição de terrorismo interno em nosso estatuto", afirmou Sessions no programa de televisão "Good Morning America", da emissora ABC, ressaltando que o Departamento de Justiça busca todos os argumentos para apresentar acusações. Nesta segunda, um juiz de Charlottesville se negou a definir uma fiança para o motorista, identificado como James Alex Fields Jr.

"Podem ter a certeza de que vamos avançar na investigação até as acusações mais graves que podem ser apresentadas (contra o acusado) porque isto é inequivocamente um ataque inaceitável e maligno", declarou.

O FBI e procuradores federais abriram uma investigação de direitos civis sobre as circunstâncias que cercaram o incidente, que aconteceu pouco depois da polícia ter dispersado uma manifestação de supremacistas brancos e neonazistas, incluindo membros da Ku Klux Klan (KKK), que resultou em violentos confrontos. 

Fields - um homem de 20 anos morador de Ohio -, foi detido e pode enfrentar acusações de assassinato em segundo grau. Segundo a imprensa americana, ele tem um passado de ligações neonazistas.

Os distúrbios no Estado da Virgínia deixaram a Casa Branca no centro da polêmica, depois que o presidente Donald Trump condenou a violência de "ambas as partes", o que rendeu acusações de indulgência com a extrema direita por parte de todos os setores políticos.

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Kenneth Frazier, CEO da gigante farmacêutica Merck, anunciou nesta segunda-feira sua renúncia como conselheiro econômico de Trump em protesto pelas declarações do presidente sobre o que aconteceu em Charlottesville. 

"Como CEO da Merck e como uma questão de consciência pessoal, sinto a responsabilidade de tomar posição contra a intolerância e o extremismo", escreveu no Twitter, antes de afirmar que os líderes americanos devem "rejeitar claramente as expressões de ódio, intolerância e supremacia".

Trump não demorou a responder. "Vai ter mais tempo para dedicar-se a reduzir o preço totalmente abusivo dos medicamentos", tuitou. / AFP