Bolívia intervém no quarto maior banco do país por falta de liquidez

Autoridade de Supervisão do Sistema Financeiro determinou a devolução do dinheiro de 1,3 milhões de clientes do banco, com sede em Santa Cruz de La Sierra

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Por Redação

SANTA CRUZ DE LA SIERRA - O governo da Bolívia decidiu intervir no quarto maior banco do país por problemas de liquidez em meio à escassez de dólares que afeta a economia do país. Ao menos quatro diretores do Banco Fassil foram presos, acusados de má gestão. Na quinta-feira, 27, a Autoridade de Supervisão do Sistema Financeiro determinou a devolução do dinheiro de 1,3 milhões de clientes do banco, com sede em Santa Cruz de La Sierra, o centro econômico da Bolívia. Ao menos 4,5 mil funcionários devem perder seus postos.

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“Foi ordenada a intervenção do banco Fassil e começamos a trabalhar rapidamente para rever as demonstrações financeiras da instituição”, disse à imprensa o auditor Carlos Alberto Colodro.

As 189 agências e agências bancárias da Fassil já foram fechadas. A autoridade que regula o sistema financeiro anunciou a medida, citando a falta de liquidez do banco para “atender às exigências dos poupadores”, e denunciou a “má gestão” da entidade.

Empregados do Banco Fassil protestam em Santa Cruz  Foto: Patricia Pinto / Reuters

Crise financeira

Com 2.789 milhões de dólares e 1,3 milhão de contas, Fassil era o quarto maior banco da Bolívia em volume de depósitos, segundo dados da ASFI no final de 2022. Centenas de trabalhadores do banco em liquidação compareceram nesta quinta-feira para protestar em frente à sede do banco na cidade de Santa Cruz.

“Queremos trabalhar, queremos trabalhar!”, gritavam os manifestantes em frente ao quartel-general ocupado pela polícia.

Os trabalhadores anunciaram novas mobilizações para esta sexta-feira. Horas depois, a juíza Marianela Salazar determinou em Santa Cruz a prisão preventiva de quatro executivos do Banco Fassil, processados por crimes financeiros, informou o procurador designado para o caso, Julio César Porras.

“Estão determinados 90 dias de prisão preventiva, estávamos pedindo 180 dias”, disse Porras à imprensa e anunciou que agora é hora de “continuar investigando”.

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Os executivos do banco, Juan Ricardo M.O. (presidente executivo), Hernán S.V. (gerente de negócios), Jorge Arturo Ch.V. (gerente) e Hermes Hugo S.C. (gerente assistente), foram presos pela polícia na terça-feira. /AFP

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