Processo de impeachment contra Trump chega ao Senado americano

Até agora, nenhum dos 53 senadores republicanos expressou apoio à remoção do presidente; trata-se do terceiro julgamento político de um líder americano

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Por Redação
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WASHINGTON - O Senado dos Estados Unidos recebeu formalmente nesta quarta-feira, 15, o processo de impeachment contra o presidente do país, Donald Trump, passo necessário para o julgamento marcado para começar na próxima terça-feira, 21.

Os "promotores" do impeachment, recém-nomeados pela presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, entregaram as acusações contra Trump ao Senado, depois de uma coreografada procissão pelos corredores do Capitólio.

Em uma coreografada procissão pelos corredores doCapitólio, os 'promotores' doimpeachmentlevam acusações contraTrumpao Senado Foto: Susan Walsh/AP

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O envio das duas acusações formais contra o presidente havia sido aprovado algumas horas antes na Câmara, controlada pelos democratas, abrindo caminho para que o terceiro julgamento de impeachment de um presidente americano tenha início.

Ao todo, 228 deputados votaram a favor do envio do processo ao Senado e 193 deputados se manifestaram contrários. Trump é acusado de abuso de poder ao pedir, em telefonema, ao presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, que investigasse o rival político Joe Biden em troca de uma ajuda militar ao país europeu.

A presidente da Câmara, a democrataNancy Pelosi, e o líder da maioria republicana no Senado,Mitch McConnell, em cerimônia em Washington Foto: Drew Angerer/Getty Images/AFP

O republicano também foi acusado de obstruir a investigação sobre o caso no Congresso, ao bloquear testemunhos e documentos solicitados por parlamentares democratas.

“Estamos aqui hoje para cruzar um limite muito importante para a história americana”, disse a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, no plenário, antes da votação.

A votação também aprovou a indicação de sete parlamentares democratas nomeados pela presidente da Câmara para atuar como promotores no julgamento. O presidente da Comissão de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, um adversário de Trump que atuou como promotor federal em Los Angeles por seis anos, foi selecionado para chefiar a equipe de promotores da Câmara no Senado. Trump ainda não revelou sua equipe de defesa. O julgamento será supervisionado pelo presidente da Suprema Corte, John Robert.

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Espera-se que o Senado, com 100 cadeiras, absolva Trump, mantendo-o no cargo. Até agora, nenhum dos 53 senadores republicanos expressou apoio a sua remoção – para passar, o impeachment precisaria de dois terços do voto do Senado.

De qualquer forma, a condenação pela Câmara, no mês passado, permanecerá como uma mancha em seu histórico e o julgamento no Senado, que terá uma ampla cobertura pela imprensa, pode se tornar desconfortável em um momento em que ele busca sua reeleição – a disputa ocorrerá em novembro, tendo Biden como principal nome à candidatura democrata.

Críticas ao processo de impeachment 

Durante uma cerimônia de assinatura na Casa Branca para um acordo comercial na China, Trump atacou o processo de impeachment, que chamou de “embuste”. Pelo Twitter, ele falou em “golpe”. “Aqui vamos nós de novo, outro golpe orquestrado pelos democratas que não fazem nada”, tuitou o presidente segundos depois de Pelosi indicar os parlamentares que vão atuar como promotores no Senado.

A porta-voz da Casa Branca, Stephanie Grisham, disse que “o presidente Trump não fez nada de errado”. "Ele espera ter direito no Senado ao devido processo legal, que a presidente da Câmara Pelosi e os democratas na Câmara negaram, e espera ser completamente inocentado”, disse. / EFE e AFP

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