Campanha de Trump teve contato com russos antes das eleições, diz 'NYT'
Jornal aponta que. segundo funcionários e ex-funcionários do governo, conversas ocorreram quando Moscou tentava influenciar a disputa presidencial americana
Por Redação
Atualização:
WASHINGTON - O jornal TheNew York Times informou na terça-feira que ligações interceptadas mostram que membros da campanha do presidente dos EUA, Donald Trump, tiveram contato repetidamente com serviços de inteligência da Rússia antes das eleições.
Segundo funcionários e ex-funcionários do governo, que pediram anonimato, os contatos foram feitos no mesmo momento em que eles descobriram que Moscou tentava influenciar a disputa presidencial americana. As fontes, no entanto, ainda não encontraram evidências de envolvimento da campanha de Trump no ataque aos computadores do Comitê Nacional do Partido Democrata.
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As interceptações alarmaram as agências americanas em razão do número de contatos que ocorria enquanto Trump elogiava o presidente russo, Vladimir Putin. Em determinado momento, o magnata chegou a pedir que a Rússia roubasse e divulgasse os e-mails deletados da então candidata democrata à presidência, Hillary Clinton.
As conversas obtidas são diferentes das reveladas em 2016 entre o conselheiro de Segurança Nacional, Michael Flynn, e Serguei Kislyak, embaixador russo nos EUA, segundo o NYT. Durante as ligações, os dois homens discutiram sanções que o governo Obama impôs à Rússia em dezembro. Flynn mentiu para a Casa Branca sobre o contato com Moscou e foi convidado a renunciar na noite de segunda-feira.
O jornal relatou que autoridades disseram que as comunicações interceptadas não se limitam a autoridades da campanha de Trump e incluem outros associados do presidente. Do lado russo, os contatos também incluem membros do governo de fora dos serviços de inteligência, segundo os oficiais. Todas as atuais e ex-autoridades falaram em condição de anonimato porque a investigação em andamento é confidencial, explicou a publicação.
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As autoridades disseram que um dos assessores descobertos nas ligações era Paul Manafort, que foi gerente da campanha de Trump por diversos meses em 2016 e trabalhou como consultor político na Rússia e Ucrânia.
Segundo o New York Times, pelo menos três pessoas - além de Flynn - estão envolvidas na comunicação com os russos: Paul Manafort, ex-chefe de campanha de Trump, Carter Page, ex-assessor de política externa, e Roger Stone, um estrategista republicano.
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Resposta. O Kremlin informou nesta quarta-feira, 15, que a reportagem do NYT "não se baseia em quaisquer fatos". "Não acreditemos em informações anônimas", disse o porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, durante teleconferência com repórteres, destacando que as fontes do jornal não foram identificadas.
Respondendo a um comunicado da Casa Branca que dizia que Trump esperava que a Rússia devolvesse a Crimeia à Ucrânia, Peskov disse que o Kremlin não tem intenção de discutir integridade territorial com parceiros estrangeiros. / REUTERS e NYT