Dois dias após a reeleição deAlexander Lukashenko, no poder há 26 anos, para a presidência da Bielo-Rússia, sua principal rival no pleito e líder da oposição, Svetlana Tikhanouskaya, anunciou que deixou o país. Em meio à repressão aos protestos contra o presidente reeleito, que questionam a lisura do pleito e chegaram a registrar a morte de um manifestante, Svetlana anunciou nesta terça-feira, 11, que se refugiou na Lituânia.
Tentativas não sucedidas de contato com ela por parte sua equipe de campanha, que não conseguiu alcançá-la por telefone horas depois de sua saída de uma reunião com funcionários da comissão eleitoral central, chegaram a levantar preocupação sobre seu paradeiro. Ela se dirigiu à comissão eleitoral na segunda-feira para apresentar denúncia de fraude nas eleições.
Em vídeo, Svetlana confirmou a “difícil decisão” de deixar o País. “Sei que muitos me condenarão, muitos me odiarão”, afirmou. À agência de notícias AFP, o ministro lituano de Relações Exteriores, Linas Linkevicius, também indicou que a opositora estava “a salvo” no país, depois de ter chegado lá vinda da Bielo-Rússia.
Sua equipe afirmou se tratar de uma partida forçada por pressão das autoridades. Guardas da fronteira bielo-russos precisaram que ela cruzou a fronteira por terra, durante a noite.
Aos 37 anos, Svetlana Tikhanouskaya é considerada uma novata na política. Ela emergiu em poucas semanas como uma inesperada rival para Lukashenko, de 65 anos, que é frequentemente descrito como “o último ditador da Europa”. /Reuters e AFP