LONDRES - Jeremy Hunt, um dos candidatos na disputa para substituir a premiê britânica, Theresa May, disse nesta segunda-feira, 24, que seu adversário Boris Johnson é um covarde por evitar debates diretos em público sobre a questão do Brexit.
“No que diz respeito a debates, ele está sendo um covarde”, disse Hunt. “É covardia não aparecer em debates cara a cara.” Hunt, de 52 anos, afirmou que era desrespeitoso Johnson ter recusado a oportunidade de debater de forma direta com ele na emissora SkyNews, que cancelou o encontro previsto para terça-feira.
"Não seja covarde, Boris, seja um homem e demonstre à nação que pode enfrentar o intenso escrutínio que implica o trabalho mais difícil do país (...) As pessoas precisam saber o que você vai fazer e você precisa responder a essas perguntas”, disse Hunt. “Eu prometo a Boris Johnson a luta de sua vida e ele vai ter isso e vai perder.”
O ataque é parte da estratégia de Hunt, que se apresenta como o candidato "sério" contra um carismático e polêmico Johnson, que tem uma longa lista de erros.
Johnson, de 55 anos, é o favorito a conquistar os votos dos 160 mil integrantes do Partido Conservador que vão decidir quem será o próximo primeiro-ministro. Mercados de aposta registram que o candidato tem 79% de chances de ocupar o cargo, um índice mais baixo que os 92% da semana passada.
Ele se apresentou como o único candidato que pode entregar o Brexit em 31 de outubro - com ou sem acordo com a União Europeia - enquanto luta contra as ameaças eleitorais do Partido do Brexit, de Nigel Farage, e de Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhista.
Na sexta-feira, a polícia foi chamada à casa de Johnson após vizinhos ouvirem uma discussão entre ele e a namorada, Carrie Symonds. A polícia informou que não havia motivo para intervir. Johnson se negou a comentar o caso, assim como o fez um porta-voz de May.
Hunt disse que a vida pessoal de Johnson era irrelevante, mas que os candidatos deveriam explicar suas posições sobre o Brexit - e especificamente sobre o que um novo líder faria caso os parlamentares tentassem prejudicar um novo governo em direção a um Brexit sem acordo.
“Se o Parlamento tirar da mesa um cenário sem acordo antes de 31 de outubro, Boris vai convocar uma eleição geral?”, indagou Hunt. “Acho que uma eleição geral seria catastrófica”. / REUTERS e AFP