A casa do presidente Néstor Kirchner na cidade de Rio Gallegos, província de Santa Cruz, foi alvo de um confuso atentado protagonizado pelo guarda de uma empresa de segurança privada. O caso ocorreu no sábado, 28, quando José Walter Alarcón roubou o caminhão de um supermercado e percorreu 30 quarteirões - dos quais dez na contra-mão - a toda velocidade, em direção à casa do presidente. Alarcón só não conseguiu jogar o caminhão contra a casa porque o veículo subiu no meio-fio e capotou a 20 metros da residência. No trajeto, ele bateu em sete carros e atropelou uma mulher idosa, que está em estado grave. Esta é a primeira vez, desde a volta da democracia, em 1983, que um presidente argentino é alvo de um atentado por parte de civis. No fim da tarde deste domingo, o ministro do Interior, Aníbal Fernández, declarou que Alarcón, de nacionalidade chilena, ?não era louco?. Segundo ele, o autor do atentado estava perfeitamente consciente de seus atos. A polícia encontrou em sua casa uma planta da casa do presidente Kirchner. Apesar da declaração de Fernández, Alarcón, ao ser detido, gritava: ?Vocês não sabem que existem dois grupos? E que o nazista (em alusão a Kirchner) precisa ser eliminado imediatamente??. Há vários meses que Kirchner não visita o casarão de Rio Gallegos. No entanto, a residência é utilizada com freqüência por seu filho mais velho, Máximo Kirchner, e pela mãe do presidente. Na hora do ataque, ninguém estava em casa. O ministro Fernández sugeriu que por trás do atentado esteja o movimento sindical dos professores públicos, que há dois meses realiza protestos por melhores salários em Santa Cruz, feudo político que Kirchner controla há 16 anos.