Cidade mais fria da China atinge -53°C e repórter faz ovo congelar em segundos; veja vídeo

Conhecida como o ‘Pólo Norte’ da China, Mohe tem um período anual de gelo e neve de até oito meses; nordeste da Ásia está passando por uma onda de frio incomum

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Por Redação
Atualização:

PEQUIM - A cidade de Mohe, no extremo norte da China, atingiu sua temperatura mais baixa já registrada, informou a mídia estatal chinesa nesta terça-feira, 24.

De acordo com a emissora estatal CCTV, Mohe, que faz fronteira com a Rússia ao norte, registrou uma temperatura de cerca de -53°C no último domingo.

Um correspondente local da emissora estatal CCTV demonstrou o quão frio estava em Mohe quebrando um ovo do lado de fora em uma pá. O ovo congelou em segundos diante da câmera.

A temperatura passou o antigo recorde de -52,3°C registrado em 1969. As temperaturas ficaram abaixo de 50 graus negativos por três dias consecutivos.

Mohe - conhecida como “Pólo Norte da China” - fica na província de Heilongjiang, perto da fronteira com a Rússia.

Turista brinca com neve em um parque de gelo em Mohe, o Polo Norte chinês, uma semana antes da onda de frio que derrubou às temperaturas a -50°C  Foto: Zhang Tao/EFE

A temperatura mais baixa já registrada na China é de -58°C, na cidade de Genhe, na Mongólia Interior, em dezembro de 2009, segundo relatos da mídia sobre a visita de meteorologistas do governo.

Um morador da cidade disse em uma entrevista que suas mãos ficaram dormentes 10 segundos depois de pisar na rua, mas que ele viu poucas pessoas por perto. “Fica nebuloso cerca de 100 metros à sua frente, você não consegue ver ninguém”, disse ele.

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O jornal China Daily diz que a cidade é considerada a mais fria da China e que seu período de inverno “geralmente dura oito meses”.

Como resultado, atrai turistas durante todo o ano com seu “Polo Norte”, parques de gelo e neve e locais de esqui. Nos anos anteriores, também sediou maratonas de inverno. Nesta época do ano, é comum que a cidade tenha temperaturas médias de -15ºC.

A agência de notícias Xinhua disse que várias áreas na cordilheira da Grande Khingan, que abrange a Mongólia Interior e Heilongjiang, registraram novos recordes de temperaturas baixas no fim de semana.

Desde sexta-feira, as temperaturas caíram abaixo de -50°C em Mohe por três dias consecutivos, o que os meios de comunicação disseram ser sem precedentes.

O Beijing News informou na sexta-feira que o consumo de carvão aumentou em um terço na cidade, devido ao clima frio.

Coreia do Sul, Japão e China sofrem com a onda de frio

Os céus em Pequim estavam limpos na manhã de terça-feira, mas as temperaturas caíram abaixo de -10°C e devem permanecer baixas esta semana. Os meios de comunicação locais alertaram sobre a onda de frio, mas as áreas centrais estavam lotadas de pessoas aproveitando o fim da política de covid-zero durante o feriado de Ano Novo.

“Está tão frio que minhas orelhas doem como se estivessem sendo arrancadas”, reclamou uma mulher de Pequim à agência Nikkei de notícias.

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Recrutas do Exército de Libertação do Povo da China treinam em Mohe debaixo de uma temperatura de -50°C, em uma base na fronteira com a Rússia  Foto: Xinhua/Zhao Jianwei/REUTERS

Em Mohe, a cidade mais ao norte da China, a temperatura caiu para 53 graus negativos no domingo, a temperatura mais baixa já registrada no país, informou a mídia estatal, citando a agência meteorológica local.

O nordeste da Ásia está passando por uma onda de frio incomum, com temperaturas caindo nas duas Coreias, Japão e China para os níveis mais baixos em uma década.

A Administração Meteorológica da Coreia do Sul emitiu um alerta especial de onda de frio na manhã de terça-feira, alertando as pessoas sobre o perigo potencial de congelamento. As temperaturas chegaram a -16°C em Seul e -25°C no condado de Cheorwon, perto da fronteira com a Coreia do Norte.

A ilha de Jeju, um popular resort de férias, foi atingida por fortes ventos e uma nevasca. Os voos foram cancelados, retendo cerca de 30.000 pessoas durante o feriado do ano-novo Lunar.

Na Coreia do Norte, as temperaturas nas regiões do interior do norte devem cair para cerca de -30°C. As previsões descrevem o clima como o “frio mais severo desde 2001″, e a TV estatal pede que as pessoas tomem precauções desde sábado.

No Japão, as temperaturas devem cair para o nível mais baixo em uma década em todo o país, de terça a quinta-feira. A Agência Meteorológica do Japão disse que até 2 centímetros de neve podem cair em Tóquio nas próximas 24 horas.

Mas muitas outras partes do país serão atingidas. Prevê-se que o acúmulo de neve atinja 90 cm na região norte de Hokuriku, 70 cm na região Kanto-Koshin a noroeste de Tóquio e nas regiões Kinki e Chugoku no centro do Japão e 60 cm na região nordeste de Tohoku.

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“Este vai ser o pior frio deste inverno. Evite sair a menos que seja necessário”, disseram a agência e o Ministério de Terras, Infraestruturas, Transportes e Turismo na segunda-feira.

Embora alguns especialistas tenham relacionado o clima extremo à mudança climática, as autoridades japonesas são cautelosas ao tirar conclusões. “É difícil vincular um evento climático de alguns dias às mudanças climáticas, que ocorrem ao longo de décadas”, disse um funcionário da divisão de previsão climática da JMA./AFP, AP e EFE

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