"A maior desde Ronald Reagan", disse o presidente na quarta-feira em uma entrevista coletiva marcada por agressões à imprensa e ao que ele chama de "notícias falsas", expressão que inclui reportagens críticas e exclui as que são favoráveis a seu governo.
Mas três presidentes depois de Reagan ganharam a disputa no Colégio Eleitoral por margens superiores à de Trump: Barack Obama, Bill Clinton e George Bush pai. O atual presidente recebeu o voto de 304 dos 538 delegados. Obama foi eleito com 365 votos em 2008 e 332 em 2012. Clinton conquistou 370 em 1992 e 379 quatro anos mais tarde. O republicano Bush venceu a disputa de 1988 com 426 votos.
Quando confrontado com os números durante a coletiva, Trump se eximiu de responsabilidade pela falsa comparação. "Essa foi a informação que me deram. Eu não sei. Eu acabei de receber (a informação). Nós tivemos um margem muito, muito grande", afirmou. Ao que o repórter respondeu com outra pergunta: como o público americano pode confiar no presidente quando ele nega vínculos com a Rússia se ele mente em relação à sua vitória no Colégio Eleitoral?
A comparação com Reagan está longe de ser a única declaração de Trump que não corresponde à realidade. Há poucos dias ele disse que o índice de criminalidade nos EUA está no mais elevado patamar em 45 anos, quando o oposto é verdadeiro. Durante a campanha, o Politifact, um dos principais institutos de checagem de declarações políticas do EUA, concluiu que 70% das afirmações de Trump durante a campanha eleitoral eram falsas ou distorcidas.
"Eu ganhei. Eu ganhei", afirmou o presidente ontem, acusando a imprensa de atacar sua administração. "Eu seria o seu maior fã em todo o mundo se você me tratasse direito", disse ao jornalista Jim Acosta, da CNN. Para Trump, o único veículo que o trata "direito" é a Fox News, a rede de Rupert Murdoch célebre por sua linha editorial de extrema direita.
Depois de uma enxurrada de questionamentos sobre a natureza de seus laços com a Rússia, Trump foi perguntado sobre o papel da primeira-dama Melania Trump na Casa Branca, o que levou a um de seus raros elogios a jornalistas: "Isso é o que eu chamo de uma boa pergunta".