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Colômbia quer enviar hipopótamos de Pablo Escobar para Índia e México

Plano do governo é que 70 animais sejam retirados de rios da região de Antioquia e enviados em contêineres para santuários na Ásia e na América do Norte

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Por Redação

BOGOTÁ - A Colômbia parece ter uma nova solução para os hipopótamos de Pablo Escobar - animais provenientes da África e levados para o país sul-americano pelo narcotraficante, que se tornaram uma praga invasora no bioma amazônico. Bogotá pretende enviar pelo menos 70 animais para a Índia e para o México, como parte de um plano para controlar sua população.

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Os hipopótamos, territoriais e pesando até 3 toneladas, se espalharam muito além da fazenda Hacienda Napoles, que pertencia a Escobar, localizada a 200 quilômetros de Bogotá ao longo do rio Magdalena. Os 70 animais que seriam transportados são descendentes de quatro hipopótamos importados da África ilegalmente na década de 1980.

As autoridades ambientais estimam que existam cerca de 130 hipopótamos na área da província de Antioquia e sua população pode chegar a 400 em oito anos.

Hipopótamos aglomerados em lago da Fazenda Napoles, que pertencia a Pablo Escobar. Foto: Fernando Vergara/ AP - 04/02/2021

A Hacienda Napoles de Escobar - e os hipopótamos - se tornaram uma espécie de atração turística local desde que o chefão foi morto pela polícia em 1993. Quando o rancho foi abandonado, os hipopótamos sobreviveram e se reproduziram nos rios locais e em condições climáticas favoráveis.

Cientistas alertam que os hipopótamos não têm um predador natural na Colômbia e são um problema potencial para a biodiversidade, já que suas fezes alteram a composição dos rios e podem afetar o habitat de peixes-boi e capivaras. No ano passado, o governo da Colômbia os declarou uma espécie invasora tóxica.

O plano de levá-los para a Índia e para o México já está se formando há mais de um ano, disse Lina Marcela de los Ríos Morales, diretora de proteção e bem-estar animal do Ministério do Meio Ambiente de Antioquia.

Os hipopótamos seriam atraídos com comida para grandes armadilhas de ferro e levados de caminhão até o aeroporto internacional da cidade de Rionegro, a 150 quilômetros de distância. De lá, eles seriam levados para a Índia e para o México, onde há santuários e zoológicos capazes de acolher e cuidar dos animais.

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“É possível, já temos experiência em realocar hipopótamos em zoológicos de todo o país”, disse David Echeverri López, porta-voz da Cornare, a autoridade ambiental local que se encarregaria das realocações.

Ideia do governo colombiano é atrair animais que estão soltos em rios, fora dos limites da fazenda. Foto: Courtesy of Regional Autonomous Corporation of the Negro and Nare River Basins via REUTERS

O plano é enviar 60 hipopótamos para o Greens Zoological Rescue & Rehabilitation Kingdom em Gujarat, na Índia, que De los Ríos Morales disse que cobriria o custo dos contêineres e transporte aéreo. Outros 10 hipopótamos iriam para zoológicos e santuários no México, como o Ostok, localizado em Sinaloa.

“Trabalhamos com Ernesto Zazueta, que é o presidente de santuários e zoológicos no México, que é quem faz a ligação com diferentes países e gerencia seus resgates”, disse o funcionário.

O plano é focar nos hipopótamos que vivem nos rios que cercam a fazenda Hacienda Napoles, não nos que estão dentro da fazenda porque estão em um ambiente controlado e não ameaçam o ecossistema local.

As realocações ajudariam a controlar a população de hipopótamos e, embora o habitat nativo dos animais seja a África, é mais humano do que a proposta alternativa de exterminá-los como espécie invasora, disse De los Ríos Morales.

Equador, Filipinas e Botswana também expressaram sua vontade de realocar hipopótamos colombianos em seus países, de acordo com o Gabinete do Governador de Antioquia./ AP

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