Com pagamentos atrasados, Cuba terá dificuldade para importar, piorando abastecimento

País importa maior parte dos alimentos que consome e sofreu nas últimas semanas com a redução da oferta de produtos, o que gerou longas filas nos supermercados

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Por Redação
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O governo cubano admitiu neste sábado, 13, que o país terá dificuldades para importar neste ano, devido a atrasos no pagamento a seus fornecedores. O empasse ocorre em um momento em que Cuba enfrenta problemas de abastecimento, além da intensificação do dos bloqueios de Washington.

Jornaleiro organiza as edições do jornal 'Granma', em Havana Foto: EFE/Ernesto Mastrascusa

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"Estamos prevendo que o plano de importação não será cumprido, pois os créditos não podem ser finalizados devido, entre outras razões, aos atrasos no pagamento de dívidas", disse o ministro da Economia, Alejandro Gil, em um informe ao Parlamento em sessão extraordinária.

Cuba, que importa a maior parte dos alimentos que consome, sofreu nas últimas semanas uma redução da oferta de alguns produtos como frango, ovos ou farinha, o que resultou em longas filas nos supermercados para comprar alguns produtos racionados.

A falta de papel também forçou o jornal oficial Granma a reduzir o número páginas, uma medida semelhante à adotada pelo governo na década de 1990, após a queda da União Soviética e o início de uma crise econômica conhecida como o "Período Especial".

"Há um nível de importações no plano que estamos considerando que não poderão chegar ao país, justamente pelas condições enfrentadas pela economia no momento, agravadas pelo impacto do aumento do bloqueio (dos Estados Unidos)", disse o ministro. Ele ainda explicou que este ano as importações de alimentos e combustíveis estão avaliadas em US$ 5 bilhões.

Além dessa situação, Gil disse que "as exportações não crescem com a dinâmica necessária" e que "os níveis de investimento estrangeiro que a economia exige para sua operação não são atingidos". 

Segundo o ex-ministro da Economia, José Luis Rodríguez, as dívidas não pagas com fornecedores de curto prazo que devem ser renegociadas chegavam a 1,5 bilhões de dólares no final de 2018. /AFP

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