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Começa julgamento de ex-ministra de Cristina

Felisa Miceli é acusada de encobrir uma operação financeira ilícita e de destruir documentos oficiais

Por Ariel Palacios e correspondente em Buenos Aires
Atualização:

BUENOS AIRES - Felisa Miceli, ex-ministra da Economia, tornou-se nesta segunda-feira, 29, a primeira integrante do governo Kirchner a sentar no banco dos réus para julgamento no escândalo de corrupção denominado Caso do Banheiro. Miceli é acusada de encobrir uma operação financeira ilícita e de destruir documentos oficiais.

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O caso veio à tona em 2007, quando a Brigada de Explosivos do Ministério da Economia encontrou no banheiro privado da ministra uma sacola com notas de peso e dólar de origem misteriosa. Entre 2005 e 2007, Felisa foi a primeira mulher na história da Argentina a ocupar a pasta da Economia.

Na época, ela deu uma série de confusas explicações sobre a origem do dinheiro - 100 mil pesos (na época cotados em US$ 35 mil) e outros US$ 31 mil. Felisa alegou que o dinheiro era seu e havia sido guardado no banheiro para realizar uma operação imobiliária para sua filha. No entanto, dias depois, afirmou que a quantia era de um de seus irmãos, Horácio. Mais tarde, mudou de ideia e disse que a bolada era do outro irmão, José Rubén.

Após o surgimento de pistas que indicavam que o dinheiro havia saído de forma irregular do Banco Central, a ministra renunciou ao cargo. A investigação jornalística do jornal Perfil, que trouxe à tona o escândalo, havia revelado que a quantia encontrada na sacola de papelão era de US$ 140 mil, 50 mil euros e 100 mil pesos argentinos.

Anos depois Felisa começou a trabalhar na Fundação das Mães da Praça de Maio, onde envolveu-se em um novo escândalo - dessa vez, em um fundo fiduciário irregular para a construção de casas populares.

A ex-ministra, que atualmente afirma ser inocente, que tudo não passou de uma "armadilha" contra ela e contra o governo Kirchner, também é acusada pela Justiça de ter roubado e destruído a ata policial que registrou a descoberta do dinheiro.

Se for considerada culpada pelo tribunal, Felisa poderia ser sentenciada a uma pena de até seis anos de prisão. O julgamento, que contará com o depoimento de cerca de 60 testemunhas, se prolongará até meados de dezembro. 

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