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Comércio e economia dominam encontro de Xi com secretário dos EUA

Por ANNA YUKHANANOV E AILEEN WANG
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Uma reunião do novo presidente da China, Xi Jinping, com o secretário de Tesouro dos EUA, Jack Lew, colocou as questões econômicas e comerciais no topo da pauta diplomática entre as duas maiores economias mundiais, nesta terça-feira. Xi e Lew defenderam que o foco seja nos interesses comuns, e não nas divergências, e se limitaram a amenidades diplomáticas diante da imprensa, naquele que foi, para ambos, a primeira reunião internacional importante desde que assumiram seus respectivos cargos. Um funcionário dos EUA disse por email que a reunião propriamente dita durou 45 minutos, numa discussão em nível estratégico sobre questões importantes da pauta bilateral, como câmbio, economia global e europeia, propriedade intelectual, segurança cibernética e a Coreia do Norte. Essa fonte disse que Lew foi "franco e direto". A agência estatal de notícias chinesa Xinhua publicou um comentário dizendo que Lew deveria usar sua visita para convencer a China de que os EUA conseguirão controlar sua dívida, estabilizar a cotação do dólar e honrar tratados comerciais. "As apostas são elevadas", disse a agência, que geralmente reflete a linha oficial do governo chinês, mas desta vez adotou um tom mais agressivo do que o próprio Xi. Falando diante de uma tapeçaria que retrata um pinheiro e um grou (ave) --dois símbolos de hospitalidade--, Xi disse ter "enormes interesses comuns (com os EUA), mas é claro que inevitavelmente temos algumas diferenças". Lew disse que os dois países têm a responsabilidade de promover o crescimento global, e pediu à China que estimule a demanda interna como forma de contribuir com um re-equilíbrio global. "O presidente (dos EUA) está firmemente comprometido em construir uma relação de crescente força em que cooperemos em questões de importância econômica e estratégica, entendendo que cada um de nós terá de cumprir suas próprias responsabilidades, mas também devermos gerir nossas diferenças", disse ele. Xi e Lew concordaram a respeito do importante papel do Diálogo Estratégico e Econômico --que teve uma rodada em outubro de 2012 na China, e será repetido neste ano nos EUA--, segundo o comunicado enviado por email por uma fonte norte-americana. O comércio é claramente uma área em que há ao mesmo tempo cooperação e rivalidade, como o ministério chinês do Comércio salientou em outro evento, ao declarar a intenção de acelerar as negociações comerciais com parceiros importantes, ao mesmo tempo em que os EUA tentam selar seu próprio acordo de livre-comércio com a região do Pacífico. A China manterá neste ano três rodadas de negociações comerciais com o Japão e a Coreia do Sul, e irá intensificar o diálogo com outros parceiros, segundo o ministério. Analistas dizem que a China está tentando se reaproximar do Japão após recentes atritos diplomáticos pela posse de ilhas desabitadas, e ao mesmo tempo tenta conter a virada da diplomacia norte-americana na direção do Extremo Oriente.

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