DONETSK - Uma comissão internacional de peritos em identificação de corpos, liderada por representantes do governo da Holanda, chegou nesta segunda-feira, 21, às cidades de Torez e Carcóvia, no leste da Ucrânia, para inspecionar o trem no qual estão sendo depositados os corpos das vítimas do voo MH 17.
Os cadáveres estão armazenados em vagões resfriados a 15 quilômetros do local da queda do Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines, que realizava o voo Amsterdã-Kuala Lumpur na quinta-feira 17.
Segundo o último balanço publicado pela imprensa ucraniana, 272 corpos dentre as 298 vítimas da queda do avião foram localizados pelas equipes de resgate e voluntários que trabalham nos locais em que há destroços, dois próximo ao vilarejo de Gabrovo. Do total localizado, cerca de 250 está nas câmaras frias do trem e os demais em câmaras mortuárias na cidade de Donetsk.
Os corpos devem ser levados a qualquer momento para Carcóvia, se o acordo preliminar firmado na noite de domingo entre o governo de Kiev e os separatistas for respeitado. Ninguém sabe a que horas esse transporte deve acontecer porque os milicianos do movimento República Popular de Donetsk se recusam a entregar os cadáveres às autoridades ucranianas e exigem a presença de uma comissão internacional, além dos agentes da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), que já estão na região.
De acordo com o primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, Kiev aceitará um eventual pedido do governo da Holanda para assumir as investigações sobre a queda do Boeing e a identificação dos mortos, que nesse caso seriam levados para Amsterdã nos próximos dias, em data ainda indefinida. Mas o acordo entre Kiev e os separatistas que garante o trabalho dos especialistas internacionais é frágil e pode ser quebrado nas próximas horas.
Nesta manhã, o Exército e milícias pró-Rússia retomaram combates na região de Donetsk. Partes do centro da cidade, como a região da estação central de trens, foram isoladas por homens armados e esvaziadas por parte da população.
Até as 15h30 (9h30 no horário de Brasília), havia informações extraoficiais de pelo menos cinco vítimas causadas por bombardeios. O Estado esteve em três locais em que projetis explodiram ao longo da manhã. Em um deles, marcas de sangue no chão não deixam dúvidas de que há feridos.