WASHINGTON - Quase duas semanas depois de um ataque a tiros em uma loja do Walmart na cidade de El Paso, no Texas, deixar 22 mortos, o CEO da empresa, Doug McMillon, pediu que o Congresso dos Estados Unidos analise a possibilidade de proibir a venda de armas de assalto e defendeu medidas de controle de armas, como verificação de antecedentes.
"Acreditamos que a proibição de armas de assalto deve ser debatida para determinar sua eficácia em manter as armas feitas para a guerra fora das mãos dos assassinos em massa", disse o executivo em seus comentário sobre os lucros da empresa, divulgados nesta quinta-feira, 15. "Também precisamos fazer mais para entender as causas que levam a esse tipo de comportamento violento."
McMillon afirmou que não há planos para que as lojas da rede deixem de vender armas e munições - o Walmart já não comercializa armas de assalto. Ele também expressou apoio a implementação de medidas de verificações de antecedentes mais rígidas que tirariam as armas de pessoas que representam perigo imediato.
"Tentamos medidas de senso comum que nos permitam servir aos clientes e criar um entorno mais seguro", afirmou McMillon. O Walmart faz verificações de antecedentes em todas as vendas de armas e diz que só atende clientes sem que não tenham problemas em seu histórico.
O executivo divulgou pela primeira vez a participação da empresa no mercado americano de armamentos. "Estimamos que (a venda de armas pelo Walmart) representa cerca de 2% do mercado de armas de fogo atualmente, o que nos coloca entre os três principais vendedores da indústria", afirmou McMillon. Sobre a venda de munição, ele disse que a quantidade comercializada nas lojas da rede representa cerca de 20% do mercado americano.
A rede varejista entrou na discussão sobre o controle de armas após o ataque a tiros em 3 de agosto em El Paso, Texas. A empresa é criticada por defensores do controle de armas há décadas por sua decisão de continuar vendendo alguns tipos de armas de fogo.
O Walmart limitou a vendas de alguns tipos de armas depois de alguns ataques a tiros nos EUA: o grupo interrompeu as vendas de armas de estilo militar em 2015 e elevou a idade para a compra de arma de fogo para 21 anos, em 2018, após um ataque em uma escola na Flórida.
A rede também removeu de suas lojas displays de jogos de videogames violentos, uma medida considerada ineficaz pelos defensores do controle de armas.
Nesta quinta, o CEO do Walmart afirmou que a empresa está avaliando outras mudanças. Em uma carta aberta publicada na internet após o ataque em El Paso, McMillon disse que a empresa de Bentonville, no Estado de Arkansas, será "cuidadosa e deliberada em suas respostas". / BLOOMBERG E AFP