Coréia do Norte ameaça abandonar a AIEA

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Por Agencia Estado
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A Coréia do Norte, aprofundando a crise nuclear com os EUA, ameaçou abandonar a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A ameaça foi feita após o recente abandono do Tratado de Não-Proliferação Nuclear e um dia após Pyongyang rejeitar a oferta americana de diálogo e ajuda, qualificando-a de "enganação". "A AIEA transformou-se em um instrumento nas mãos dos EUA, para agredir e destruir nosso país. Não há motivos para continuar sendo membro dela", afirmou um comunicado divulgado pela agência oficial KCNA. "Nosso país não possui armas nucleares, firmou o TNP e entrou na AIEA para obter garantias contra a ameaça nuclear representada pelos EUA, mas agora somos acusados de constituir uma ameaça para o mundo inteiro", acrescentou a agência. O porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, disse hoje que a recusa da Coréia do Norte à oferta de diálogo feita na véspera pelo presidente americano, George W. Bush, significa que o país se está isolando do restante do mundo, e que isso só prejudica o povo norte-coreano. O diretor da AIEA, Mohammed El-Baradei, denunciou hoje em Moscou a "chantagem nuclear" norte-coreana e advertiu Pyongyang de que o país tem tempo contado para buscar uma solução diplomática para a crise, provocada pela decisão do governo norte-coreano de reativar seu reator nuclear de Yongbyan. Ainda hoje, uma investigação feita pela rede americana de tevê NBC News revelou que cerca de 200 mil pessoas, entre elas famílias inteiras, estão presas em campos de concentração na Coréia do Norte, onde são submetidas a torturas e à fome. A investigação tem como base entrevistas de prisioneiros e guardas que fugiram para a Coréia do Sul, e a existência dos campos de concentração foi confirmada por fotografias tiradas de satélite, fornecidas pela Digital Globe. De acordo com a NBC, em alguns do cerca de 30 campos de prisioneiros a taxa de mortalidade é de entre 20% e 25% ao ano.

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