SEUL - A Coreia do Norte ameaçou os Estados Unidos nesta segunda-feira, 22, após ser acusada de ter realizado o ciberataque à Sony Entertainment, que fez o filme "A Entrevista", comédia sobre um complô para matar o ditador norte-coreano Kim Jong-un.
"O Exército e o povo da Coreia do Norte estão completamente preparados para um confronto com os EUA em todos os espaços de guerra, incluindo a cibernética", disse um comunicado do regime de Kim Jong-un publicado em inglês pela agência estatal KCNA.
"Nosso mais duro contra-ataque será dirigido à Casa Branca, ao Pentágono e a todo o território continental dos EUA superando amplamente o contra-ataque simétrico declarado por Obama", afirma Pyongyang no comunicado.
A Coreia do Norte reiterou que não tem nada a ver com a agressão cibernética à Sony e propôs ao FBI realizar uma investigação conjunta dos fatos, mas os serviços de inteligência americanos descartaram essa opção.
A reação de Pyongyang, que já havia negado envolvimento no caso, veio após o presidente americano, Barack Obama, anunciar o início de um processo para avaliar se a Coreia do Norte deve ser incluída de novo na lista de países que patrocinam o terrorismo.
A inclusão nessa lista representa restrições à ajuda externa, proibição das exportações e vendas da área de defesa, controles sobre certas exportações e diversos impedimentos financeiros e de outro tipo.
Em uma entrevista à CNN, Obama afirmou que o ataque contra a Sony não foi um "ato de guerra", mas de "cibervandalismo", ao qual os EUA responderão.
No ciberataque foram roubados e publicados milhares de mensagens eletrônicas e dados dos funcionários da empresa entre final de novembro e começo de dezembro.
Após a ação, os invasores advertiram que semeariam o terror nos cinemas que projetassem o filme "A Entrevista", o que provocou uma retirada em massa de cartaz do filme e finalmente o cancelamento de sua estreia, que estava prevista para 25 de dezembro.
Apesar de se desvincular do fato, a Coreia do Norte elogiou os hackers "sem identificar" quem são, autodenominados Guardians of Peace (Guardiães da Paz), ao considerar que realizaram uma "ação correta", segundo o comunicado da KCNA. /AP e EFE