Coréia do Norte declara nulo o acordo nuclear com os EUA

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Por Agencia Estado
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A Coréia do Norte declarou nulo nesta quinta-feira o acordo assinado com os EUA em 1994, afirmando que a decisão americana de suspender o abastecimento de combustível para o país comunista deixa o pacto sem validade. No entanto, a declaração emitida pelo ministério de Relações Exteriores da Coréia do Norte é pouco precisa, e parece deixar em aberto a possibilidade de salvar o acordo. Indicou que um pedido anterior para a assinatura de um pacto de não-agressão com os EUA buscava evitar que o acordo nuclear fosse "descarrilado". Indicou que esse pacto era a única "solução realista para o tema muclear na Península Coreana". Não falou de um plano para a retomada do suposto programa de armamento nuclear que havia sido suspenso pelo acordo de 1994. Na semana passada, os EUA e seus aliados - Coréia do Sul Japão e União Européia - suspenderam a entrega de combustíveis para a Coréia do Norte em represália por este país empreender um programa de armas nucleares. O fornecimento de petróleo é parte do acordo conhecido como Acordo Marco, que exigia que um consórcio dirigido pelos EUA construísse dois reatores nucleares de água leve na Coréia do Norte. Em troca, Pyongyang concordou em desmantelar um programa de armas nucleares no qual, segundo se suspeitava, utilizava plutônio. Mas o governo de Pyongyang vinha se queixando de uma série de atrasos na construção dos reatores. Apesar das recentes revelações sobre um segundo programa nuclear, um porta-voz não-identificado da Chancelaria norte-coreana disse que a culpa pela deterioração do Acordo Marco é dos EUA. "Agora que os EUA renunciaram unilateralmente a seu mais recente compromisso incluído no Marco, o Norte reconhece que é o momento de decidir quem tem a culpa pelo colapso do Marco", acrescentou o porta-voz em um comunicado da agência de notícias oficial norte-coreana, KCNA. Esta é a primeira vez que a Coréia do Norte diz publicamente que considera rompido o acordo. Após sua visita a Pyongyang em outubro, o subsecretário de Estado americano James Kelly disse que funcionários norte-coreanos lhe disseram que consideravam anulado o acordo de 1994. Na época, ele disse que esses funcionários admitiram que havia um segundo programa nuclear em que se utiliza urânio altamente enriquecido para a fabricação de bombas.

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