Um grupo de deputados britânicos, membros do Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara dos Comuns que acaba de visitar o centro de detenção de Guantánamo, pediu que a comunidade internacional ajude os Estados Unidos a fechá-lo. Em relatório publicado após sua visita, os parlamentares criticam as condições de detenção, mas consideram que os reclusos representam uma ameaça para a segurança pública, por isso dizem que é preciso encontrar "uma solução duradoura", com a participação de outros países. Um total de 385 "combatentes inimigos", como o governo americano os chama, continua nessa base, aberta pelos Estados Unidos por causa da invasão do Afeganistão em 2002. O relatório parlamentar afirma que os detidos em Guantánamo representam "uma ameaça real para a segurança pública" e lembra que todos os Estados têm a obrigação de proteger os cidadãos. No entanto, neste momento, apenas os Estados Unidos estão fazendo isso. Por isso "a comunidade internacional em seu conjunto precisa assumir a responsabilidade de encontrar uma solução a mais longo prazo", reivindicam os deputados. Os parlamentares britânicos passaram apenas um dia em Guantánamo e não tiveram acesso direto aos detidos, segundo a BBC Apesar disso, afirmam em seu relatório que a comida no acampamento é abundante, o atendimento médico é bom e as instalações são comparáveis a uma prisão britânica de segurança máxima. No entanto, reconhecem que as possibilidades de lazer e educativas não estão à altura das existentes nas prisões britânicas, e criticam que os reclusos não tenham acesso à imprensa, aos advogados nem ao mundo exterior. A maioria dos detidos está confinada a pequenas celas e quase não têm contato com outros reclusos, e alem de terem poucas oportunidades para fazer exercícios físicos. O relatório foi criticado por parlamentares da oposição e ativistas de direitos humanos, incluindo a Anistia Internacional, que qualificou a visita desses deputados como "oportunidade perdida". "Teríamos gostado que o comitê tivesse apoiado inequivocamente a chamada da Anistia Internacional para que se feche Guantánamo imediatamente", disse a responsável para o Reino Unido da Anistia, Kate Allen. O deputado conservador Andrew Tyrie criticou que o relatório não reponda à pergunta de se a política americana de detenções em Guantánamo ou em outros lugares torna o Ocidente mais ou menos seguro.