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Dilma defende Embraer em cúpula regional

Presidente interrompe fala de Obama para citar a empresa brasileira, que teve um contrato de compra quebrado pela Força Aérea americana

Por Julia Duailibi e CARTAGENA
Atualização:

A presidente Dilma Rousseff fez ontem uma intervenção no discurso do presidente americano, Barack Obama, para defender a Embraer, ao mesmo tempo em que pediu um diálogo entre iguais na relação dos EUA com os demais países das Américas. Dilma dividiu o palco com Obama e o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, durante encontro com 700 empresários que participaram do primeiro dia da 6.ª Cúpula das Américas, em Cartagena, Colômbia. A exposição foi mediada pelo jornalista Chris Matthews (MSNBC), que questionou Obama se o crescimento do Brasil não se confrontava com o dos EUA. O americano disse que o fortalecimento da classe média brasileira criava "clientes para nossas empresas". "Se o Brasil está crescendo, e as oportunidades são criadas, eles compram mais iPads, Boeings", disse Obama. Foi quando Dilma, fugindo do protocolo, interrompeu Obama e falou: "Embraer". Arrancou risos e aplausos da plateia.O cancelamento da licitação da Forca Aérea americana para comprar Super Tucanos, que havia sido vencida pela Embraer, é um dos assuntos mais delicados da relação comercial entre os dois países. Dilma abordou a questão na viagem a Washington na semana passada. O debate entre Dilma e Obama era um dos mais esperados da cúpula. A presidente abriu o encontro cobrando a igualdade nas relações. "O modelo que eu acredito, que é o adequado, é de parceria e de diálogo entre iguais. No passado, as relações assimétricas entre o Norte e o Sul foram responsáveis por processos negativos em nosso país", disse Dilma. A presidente voltou a criticar as políticas expansionistas implementadas pela Europa e pelos EUA e o "tsunami monetário" que causam nos países em desenvolvimento. Cobrou, então, políticas de "expansão de investimento", além da "expansão monetária".

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