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Diplomata iraniano seqüestrado no Iraque é libertado

Jalal Sharafi, que trabalha na embaixada em Bagdá, foi capturado em fevereiro

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Por Agencia Estado
Atualização:

A imprensa iraquiana noticiou nesta terça-feira, 3, a libertação do diplomata iraniano Jalal Sharafi, segundo secretário da Embaixada do Irã em Bagdá. O Irã acusava os Estados Unidos de envolvimento no seqüestro do diplomata, desaparecido desde fevereiro. A libertação ocorre em um momento de tensos contatos entre os governos do Irã e do Reino Unido para uma solução para a crise desencadeada pela prisão de 15 militares britânicos por membros da Guarda Revolucionária iraniana, no último dia 23. Principal aliado dos Estados Unidos na guerra do Iraque, o Reino Unido mostrou disposição em encontrar uma saída diplomática para o imbróglio. Sharafi foi libertado na segunda-feira, e chegou a Teerã nesta terça, onde foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores iraniano. O diplomata foi capturado em 4 de fevereiro por homens armados que interceptaram seu automóvel no distrito de Karradah, em Bagdá. Os pistoleiros usavam roupas parecidas com o uniforme da guarda iraquiana. Paralelamente, um importante funcionário do Ministério das Relações Exteriores iraquiano disse nesta terça que o governo do país árabe está pressionando "intensivamente" para que outros cinco iranianos detidos pelos EUA há dois meses no Iraque sejam libertados. "Este será um fator que ajudará na libertação dos militares britânicos", disse ele, referindo-se aos 15 marinheiros e fuzileiros navais detidos pela Guarda Revolucionária iraniana. Ainda não está claro, entretanto, se a libertação de Sharafi está relacionada com os esforços para solucionar a crise entre Reino Unido e Irã. A captura do diplomata iraniano aconteceu em meio a um clima de tensão entre americanos e iranianos. Os líderes dos EUA acusam Teerã de enviar armas a grupos extremistas do Iraque. Ainda não há informações sobre quem teria sido responsável pelo seqüestro. Envolvimento da Casa Branca Para Teerã, o seqüestro do diplomata teria sido comandado por uma unidade militar iraquiana a serviço do Exército norte-americano. Além disso, a república muçulmana responsabiliza os Estados Unidos pela segurança de autoridades diplomáticas que estivessem em solo iraquiano. A Casa Branca negou qualquer envolvimento no desaparecimento. O governo iraquiano adotou o mesmo discurso de que não sabia quem poderia ter capturado Sharafi. No entanto, legisladores xiitas afirmaram, na época, confirmaram a versão apresentada por Teerã, de que o diplomata tinha sido seqüestrado por uma unidade do Exército iraquiano sob o comando dos norte-americanos. Na época em que aconteceu, o seqüestro foi um dos motivos de tensão entre o Irã e os Estados Unidos, potencializado também por conta do suposto apoio iraniano a extremistas xiitas e pelas tentativas norte-americanas de barrar o programa de enriquecimento de urânio iraniano. Matéria alterada às 13h22, para acréscimo de informações

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