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Em meio a protestos em Gaza, EUA inauguram embaixada em Jerusalém

Em mensagem de vídeo, Trump disse que Washington continua 'plenamente' comprometido com a busca de um acordo de paz entre israelenses e palestinos; para Netanyahu, presidente americano 'fez história'

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Por Cláudia Trevisan, correspondente e Washington

WASHINGTON - Os EUA inauguraram oficialmente nesta segunda-feira, 14, sua embaixada em Israel na cidade de Jerusalém, em um dia marcado por protestos violentos na Faixa de Gaza. A cerimônia começou com o hino nacional americano e contou com a presença de centenas de autoridades americanas e israelenses. Redes de TV dos EUA dividiram suas telas com imagens da cerimônia e dos enfrentamentos, evidenciando o contraste da realidade vivida por israelenses e palestinos.

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O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, agradeceu Trump por "fazer história" ao transferir a embaixada para Jerusalém Foto: AFP PHOTO / MENAHEM KAHANA

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Forças israelenses mataram ao menos 52 palestinos e deixaram cerca de 1,7 mil feridos em Gaza, durante protestos contra a abertura da embaixada dos EUA em Jerusalém. O número de mortos é o maior desde o conflito de seis semanas entre os dois lados que provocou a morte de pelo menos 2.125 palestinos em 2014, a maioria dos quais civis. O outro lado registrou baixas de 66 soldados e cinco civis.

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Em mensagem divulgada durante a inauguração, o presidente americano, Donald Trump, garantiu que os EUA continuam "plenamente" comprometidos com a busca de um acordo de paz duradouro entre israelenses e palestinos. "Nossa maior esperança é a da paz. Os EUA continuam plenamente comprometidos com facilitar um acordo de paz duradouro", declarou ele em uma mensagem de vídeo aos participantes da cerimônia.

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"Em nome do 45.º presidente dos EUA, saudamos oficialmente, pela primeira vez, a embaixada dos Estados Unidos, aqui em Jerusalém, a capital de Israel", declarou a filha de Trump, Ivanka, ao descobrir a placa que identifica a representação diplomática.

"Em nome do 45.º presidente dos EUA, saudamos oficialmente, pela primeira vez, a embaixada dos Estados Unidos, aqui em Jerusalém, a capital de Israel", declarou Ivanka Foto: AP Photo/Sebastian Scheiner

O reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel foi um dos mais controvertidos anúncios de Trump, que ficou isolado na decisão de transferir a embaixada do país à cidade, também reivindicada como capital pelos palestinos. Apesar disso, Guatemala e Paraguai adotaram a mesma posição.

Em discurso na cerimônia de inauguração da representação diplomática, o genro de Trump e marido de Ivanka, Jared Kushner, responsabilizou os palestinos pelos choques. "Como vimos nos protestos dos últimos dias e de hoje, os que provocam violência são parte do problema, não da solução", afirmou.

Kushner disse ainda que a abertura da embaixada será vista no futuro como o início do processo que supostamente levará paz à região. Mas muitos analistas acreditam que a decisão inviabilizou de maneira definitiva qualquer negociação entre israelenses e palestinos que seja mediada pelos EUA. O marido de Ivanka foi escolhido pelo presidente americano para comandar esse processo e deverá divulgar sua primeira proposta sobre o assunto nas próximas semanas.

Palestinos protestaram em frenteà novaembaixada dos EUA em Jerusalém Foto: AFP PHOTO / Ahmad GHARABLI

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, agradeceu Trump por "fazer história" ao transferir a embaixada para Jerusalém. "Este é um momento histórico. Presidente Trump, ao reconhecer o que pertence à história, você fez história", disse o premiê durante o evento.

"Jerusalém é a capital eterna e indivisível de Israel", declarou Netanyahu, que obteve uma importante vitória política no momento em que é investigado por suspeita de corrupção. "Nós estamos em Jerusalém e estamos aqui para ficar."

Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como sua capital. Anexada por Israel em 1967, a região é considerada pela comunidade internacional um território ocupado. O premiê também elogiou os soldados israelenses e ressaltou que eles estavam defendendo as fronteiras do país enquanto ele falava - uma menção indireta aos protestos em Gaza.

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Em Washington, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, reafirmou o compromisso de seu país com uma "paz global e duradoura entre Israel e palestinos". "Hoje estou orgulhoso de celebrar a abertura da embaixada americana em Israel", disse ele, sem mencionar os confrontos na fronteira.

Relembre: EUA reconhecem Jerusalém como capital de Israel

Horas antes da cerimônia, milhares de palestinos protestaram na divisão do território com Israel. Impedidos de cruzar a barreira que separa os dois lados, eles colocaram fogo em pneus e lançaram pedras e bombas incendiárias na direção dos soldados, que responderam com disparos contra os manifestantes.

Os americanos sustentam que as fronteiras de Jerusalém ainda estão sujeitas a negociação no âmbito do processo de paz. Os palestinos decidiram se retirar das conversas em dezembro, quando Trump anunciou a mudança da embaixada.

Com a decisão, o presidente dos EUA cumpriu uma de suas promessas de campanha, que agrada principalmente à sua base evangélica branca. O grupo votou em peso em Trump e vê no reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel o cumprimento de uma profecia bíblica. / com REUTERS, AFP e EFE

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