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Embaixada argentina em La Paz nega ter recebido ministro de Evo

Fonte da chancelaria argentina disse mais cedo que havia concedido abrigo a ex-ministro de Governo boliviano por razões humanitárias

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Por Redação
Atualização:

BUENOS AIRES - A embaixada argentina em La Paz negou nesta segunda-feira, 11, que esteja dando abrigo ao ex-ministro de Governo da Bolívia Carlos Romero ou mesmo que ele tenha pedido asilo ao país depois de ter renunciado ao cargo em meio à crise que levou à renúncia também do agora ex-presidente Evo Morales.

"A República Argentina respeita o direito de asilo como um direito fundamental consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos. No entanto, a Embaixada da Argentina na Bolívia informa que o ex-ministro de Governo Carlos Romero não está asilado nesta representação diplomática", destacou a delegação diplomática em breve pronunciamento.

Bolivianos fazem ato contra Evo Morales em La Paz Foto: Carlos Garcia Rawlins / Reuters

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Fontes do Ministério das Relações Exteriores da Argentina em Buenos Aires haviam afirmado que Romero estava sob guarda na embaixada em La Paz, o que não configuraria um asilo. Ele é um dos ministros que anunciaram em cascata a saída do governo após a renúncia de Evo no domingo, em meio a protestos sobre alegações de fraude nas eleições de 20 de outubro. O paradeiro de Evo é desconhecido. 

A oposição questionou Evo a legitimidade do resultado que o reelegeu. Depois da opinião da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre irregularidades nas eleições, Evo havia pedido uma nova votação.  Ele se pronunciou na manhã de domingo no hangar presidencial do aeroporto internacional de El Alto, uma cidade vizinha a La Paz. 

A aparição posterior, à tarde, já com o anúncio da renúncia, foi em transmissão televisiva de um lugar indeterminado, depois que a oposição e até mesmo a polícia e o Exército o exortaram a deixar a presidência.

A decisão não foi suficiente para aplacar a revolta social e os ataques a funcionários e apoiadores do governo. 

As Forças Armadas exigiram a renúncia de Evo, enquanto as forças de segurança produziram revoltas em diferentes partes do país apoiadas nas ruas por grupos civis oposicionistas.

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Opositor na Embaixada do Brasil

Em 2012, o ex-senador boliviano Roger Pinto Molina, opositor de Evo, refugiou-se por 15 meses na Embaixada do Brasil em La Paz. Então senador pela coalizão Plano de Progresso para a Bolívia - Convergência Nacional, partido de extrema direita, Molina era acusado pelo governo Evo de cometer irregularidades como dano econômico ao Estado, estimado na época em US$ 1,7 milhão, e respondia a mais de 20 processos. 

Molina conseguiu asilo no Brasil no ano seguinte após alegar ser vítima de perseguição política. Sua fuga causou dissabores ao governo brasileiro e levou à demissão do então chanceler, Antonio Patriota. Ele viveu na capital federal até 2017, quando morreu em um acidente aéreo em Luziânia (GO)/ AFP 

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