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Estratégia de EUA para Afeganistão incluirá pressão sobre Paquistão

Governo de Obama deve cobrar de paquistaneses repressão a tribos da fronteira que abrigam extremistas

Por AP e NYT
Atualização:

O governo do presidente americano, Barack Obama, deve dar enfoque especial para o combate ao extremismo no Paquistão no plano que deve anunciar nos próximos dias com a nova estratégia dos EUA para a guerra no Afeganistão. O projeto foi coordenado pelo Conselho Nacional de Segurança e estabelece 15 objetivos específicos a ser atingidos entre os próximos três e cinco anos. Entre as metas designadas está a eliminação de refúgios para terroristas no Paquistão e a aplicação de um plano regional para reduzir a ameaça do terror e extremismo nos dois países. Especial multimídia relembra os 30 anos de violência no Afeganistão Segundo fontes ligadas ao Departamento de Defesa e à Casa Branca, Obama deve explicar os novos objetivos dos EUA na região durante o encontro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), marcado para o mês que vem na Alemanha e na França. Os objetivos seriam divididos em duas categorias: metas regionais estratégicas para a estabilidade no Afeganistão e no Paquistão e metas de combate em menor escala para um maior compromisso militar dos EUA. Uma das principais metas de Washington no Afeganistão seria evitar o colapso do frágil governo de Hamid Karzai sob a pressão do Taleban. O objetivo, porém, só poderá ser alcançado com a cooperação do governo paquistanês, o aumento substancial das forças de segurança afegãs e o envio de mais ajuda econômica para a região. "Eu diria que, no mínimo, a missão é evitar que o Taleban retome o poder de um governo eleito democraticamente no Afeganistão e assim evitar que o país se torne, novamente, um abrigo para a Al-Qaeda e outros grupos extremistas", disse o secretário da Defesa, Robert Gates. "Nós precisamos ter objetivos, pelo menos no curto e médio prazos, que são possíveis de serem cumpridos." Segundo o comandante do Estado-Maior Conjunto, almirante Mike Mullen, a revisão da estratégia tratará dos refúgios de militantes no Paquistão, para ter a certeza de que o Afeganistão não desenvolverá no longo prazo um ambiente receptivo para o retorno da Al-Qaeda e do Taleban. Oficiais do Exército envolvidos na concepção do novo plano afirmam que depois de sete anos de trabalhos no Afeganistão, os militares americanos conseguiram expulsar do país a maioria dos extremistas mais perigosos. No entanto, muitos deles obtiveram refúgio no oeste do Paquistão, principalmente na região tribal. Para ampliar a pressão nesses refúgios, a nova estratégia também pedirá um aumento nos auxílios financeiro e militar para o governo paquistanês. Ainda não está claro se a revisão da estratégia conterá um aumento no número de soldados para o Afeganistão além dos 17 mil efetivos que Obama já disse que enviará ao país neste ano.

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