EUA querem que Coréia do Norte pague caro por teste nuclear

Mas a própria Coréia do Sul pode hesitar em aplicar as sanções pedidas pela ONU

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Por Agencia Estado
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O enviado especial dos Estados Unidos para a Península da Coréia, Christopher Hill, defendeu em Seul a formação de uma frente unida para que a Coréia do Norte pague "um alto preço" por seu teste nuclear. "Precisamos trabalhar muito para que nossos parceiros e aliados apliquem a resolução do Conselho de Segurança" da ONU, disse à imprensa o secretário adjunto, ao chegar ao aeroporto de Incheon, iniciando uma visita de dois dias. Hill prepara a chegada da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, que na próxima quinta-feira se reunirá em Seul com os ministros de Relações Exteriores do Japão, Taro Aso, e da Coréia do Sul, Ban Ki-moon, eleito novo secretário-geral da ONU. Mas a própria Coréia do Sul pode hesitar em aplicar as sanções. As relações intercoreanas avançaram muito no ano passado, com a assinatura de vários acordos para a distensão entre os dois países. No entanto, o lançamento de sete mísseis, em julho, pela Coréia do Norte, azedou os contatos. Após o teste nuclear, a Coréia do Sul aprovou imediatamente a imposição de sanções, pelo menos oficialmente. Porém, os importantes laços econômicos forjados nos últimos anos entre as duas Coréias surgem agora como um grande obstáculo para a aplicação efetiva das sanções. Em suas declarações, Hill se referiu às sanções impostas no sábado pelo Conselho de Segurança da ONU, que aprovou uma resolução de condenação ao regime comunista pelo teste nuclear de 9 de Outubro. A resolução, baseada no Capítulo 7 da Carta da ONU, impõe à Coréia do Norte uma série de sanções financeiras e determina um amplo embargo de armas por parte da comunidade internacional para que não aconteça um novo teste nuclear. Em Washington e Tóquio existe o receio de que Moscou e Pequim possam suavizar as sanções, para evitar uma maior escalada de tensão. Pyongyang já descartou a hipótese de acatar a resolução do Conselho de Segurança e ameaçou tomar ações de força contra a pressão internacional. Nos EUA existe um grande mal-estar provocado pelas atividades desenvolvidas por empresas de riscos compartilhados das duas Coréias que funcionam na zona franca norte-coreana de Kaesong e no complexo turístico do Monte Geumgang. Segundo Washington, as empresas poderiam estar servindo de fonte de financiamento para os programas de armas de destruição em massa da Coréia do Norte. Seul insiste que elas são produto de um intercâmbio comercial normal para ajudar os norte-coreanos a conhecer os méritos do capitalismo, segundo a agência sul-coreana "Yonhap".

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