PUBLICIDADE

EUA têm ‘canais de comunicação’ com Coreia do Norte, diz secretário de Estado americano

Rex Tillerson afirmou que Washington está avaliando se Pyongyang está disposto a dialogar sobre seu programa nuclear; neste sábado, ele se reuniu com o presidente chinês, Xi Jinping, para abordar a crise norte-coreana

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

PEQUIM - Os EUA abriram "canais de comunicação" com a Coreia do Norte e avaliam se o regime de Kim Jong-un está disposto a dialogar sobre seu programa nuclear, declarou neste sábado, 30, em Pequim, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson.

+ Trump está blefando sobre Coreia?

"Estamos avaliando" o regime norte-coreano, disse ele à imprensa. "Perguntamos. Temos linhas de comunicação com Pyongyang. Não estamos às escuras, em um blecaute. Temos dois, três, canais de comunicação abertos", relatou. "Portanto, continuem atentos.”

"Temos linhas de comunicação com Pyongyang. Não estamos às escuras, em um blecaute. Temos dois, três, canais de comunicação abertos", disse Rex Tillerson Foto: AP Photo/Jacquelyn Martin

PUBLICIDADE

Apesar disso, a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, afirmou posteriormente em comunicado que a Coreia do Norte não manifestou interesse em prosseguir com as conversas sobre seus programas nuclear e de mísseis. 

O secretário de Estado deu essas declarações alguns dias depois de mais uma escalada verbal de ameaças entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano.

"Podemos falar com eles, falamos com eles", disse Tillerson, garantindo que a China - principal aliado e parceiro econômico da Coreia do Norte - não está servindo de intermediária nas comunicações entre Washington e Pyongyang. "São nossos próprios canais", explicou.

Tillerson se reuniu neste sábado com o presidente chinês, Xi Jinping, para abordar a crise norte-coreana e preparar a visita de Trump à China no início de novembro, como parte de uma turnê pela Ásia.

Publicidade

Essa viagem "será um acontecimento enorme nas relações sino-americanas (...), uma prioridade para nossos chefes de Estado", afirmou o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, que não falou sobre a Coreia do Norte.

Aproximação

Nos últimos meses, o governo Trump tinha acusado publicamente a China de não pressionar seu vizinho o bastante para deixar de lado suas ambições nucleares. O tom parece ter sido suavizado desde que Pequim decidiu aprovar e aplicar novas sanções, mais duras, contra Pyongyang, adotadas pelo Conselho de Segurança da ONU, após o último teste nuclear norte-coreano, realizado no começo de setembro. 

Com as novas sanções, o Ministério do Comércio da China anunciou, na quinta-feira, que as empresas norte-coreanas instaladas no país terão de fechar as portas antes de janeiro.

PUBLICIDADE

O gigante asiático, que fornece quase todo o petróleo consumido pela Coreia do Norte, também confirmou, na semana passada, que limitaria radicalmente suas exportações de produtos petrolíferos refinados.

Uma prova da melhoria das relações entre Pequim e Washington foi o comentário da porta-voz do Departamento de Estado americano, Heather Nauert, que esta semana comemorou os "progressos" bilaterais e considerou que a China deu "passos enormes numa boa direção".

Na terça-feira 26, Trump "aplaudiu" a China - pela segunda vez em uma semana - por ter, segundo ele, "rompido qualquer relação bancária" com Pyongyang, algo "impensável há apenas dois meses".

Publicidade

Contudo, algumas divergências persistem. Pequim defende uma solução "pacífica" e reprova completamente as escaladas verbais entre Trump e Kim Jong-un. Além disso, a China acredita em uma "moratória dupla" - interrupção simultânea dos testes nucleares norte-coreanos e das manobras militares conjuntas de EUA e Coreia do Sul -, uma solução desconsiderada por Washington.

Por fim, a China se opõe claramente a qualquer intervenção militar na península coreana, enquanto os EUA não descartam essa opção e ameaçam "destruir" o regime de Kim Jong-un. / AFP e REUTERS

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.