Europa rejeita denúncias de Israel contra Irã

Líderes reforçam necessidade de manter acordo nuclear com Teerã

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BRUXELAS - Líderes europeus rejeitaram nesta terça-feira, 1.º de maio, as alegações de Israel de que há novas evidências mostrando que o Irã viola o acordo nuclear assinado em 2015. A visão geral nas capitais europeias é de que os documentos revelados pelo premiê israelense, Binyamin Netanyahu, na segunda-feira, apresentam novas evidências sobre a escala do programa atômico iraniano antes de 2015, mas nada que mostrasse violações recentes do pacto. 

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O Ministério das Relações Exteriores da França disse que analisaria os documentos, mas que as acusações israelenses reforçavam a necessidade de continuidade do acordo – o que significa que Teerã tem de aceitar inspeções em troca da suspensão das sanções econômicas. “A pertinência do pacto é reforçada pelos detalhes apresentados por Israel”, afirmou a chancelaria francesa. 

Premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, apresentou nesta segunda o que seriam provas do programa nuclear desenvolvido pelo Irã Foto: REUTERS/Amir Cohen

O chanceler britânico, Boris Johnson, também disse que as acusações de Netanyahu apenas mostram a importância de manter o pacto em vigor. “O acordo nuclear com o Irã não tem como base a confiança, mas as verificações.” 

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Para a chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, as alegações israelenses “não colocam em dúvida” o cumprimento do acordo por parte de Teerã. A mesma posição foi adotada pela Alemanha, que disse confiar nos mecanismos de monitoramento da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

As acusações feitas por Netanyahu, porém, não tinham a intenção de convencer os europeus. As denúncias tinham um alvo: Donald Trump. No dia 12, o presidente americano decide se mantém ou retira os EUA do acordo. Muitos analistas acreditam que o teatro montado pelo premiê israelense, na segunda-feira, tenha sido suficiente para convencer a Casa Branca a abandonar o pacto. / NYT, AP e REUTERS 

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