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Coalizão de Merkel chega a acordo para mudanças em benefícios sociais

Por THORSTEN SEVERIN E ANDREAS RINKE
Atualização:

A coalizão de centro-direita da chanceler alemã, Angela Merkel, chegou a um acordo nesta segunda-feira sobre polêmicas questões sociais, acreditando que reforçarão o seu apoio na contagem regressiva para as eleições federais em setembro do ano que vem. Depois de quase oito horas de negociações, que destacaram o grau de discórdia dentro de seu governo de três partidos, Merkel e outros líderes concordaram em eliminar uma impopular sobretaxa de saúde e introduzir benefícios extras para crianças, disseram líderes da coalizão. Parceiros menores da coalizão de Merkel, como o partido pró-negócios Democrático-Liberal (FDP), estava particularmente ansioso para impressionar os eleitores após pesquisas de opinião mostrarem seguidamente a legenda fracassando em alcançar os 5 por cento limite para permanecer no Parlamento no próximo ano. O FDP teve de aceitar há muito tempo que os cortes de impostos, um dos tradicionais pilares políticos do partido, não são possíveis em um momento de austeridade financeira, com Merkel liderando os esforços da zona euro para superar sua crise da dívida soberana que dura há três anos. Em vez disso, o FDP esforçou-se pela abolição dos pagamentos de 10 euros por trimestre para visitas ao médico, afirmando que haviam gerado burocracia, sem a redução do tempo de espera. O ministro da Saúde de Merkel, que é do partido FDP, Daniel Bahr, rejeitou as acusações da oposição de centro-esquerda de que o acordo correspondia a uma tentativa de subornar os eleitores antes das eleições estaduais da Baixa Saxônia em janeiro e das eleições federais em setembro. "Este (acordo) é sobre ajudar os nossos cidadãos. Não é sobre se as pesquisas de opinião estão melhores ou piores de semana a semana, mas tomar a decisão certa para a Alemanha", disse Bahr à uma rádio alemã. A coalizão, atormentada por disputas desde que assumiu o poder em 2009, tem como objetivo equilibrar o orçamento da Alemanha em 2014, apoiada sobre um robusto crescimento econômico que tem contrariado a tendência da zona do euro, embora se espere que as fortes receitas fiscais diminuam no próximo ano. Os conservadores de Merkel continuam a força mais popular na política alemã, com 38 por cento de apoio, segundo uma pesquisa de opinião publicada no domingo, bem à frente dos 29 por cento do Partido Social Democrata.

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