Depois de procurar apoio político de governadores, parlamentares e ministros, o senador Jorge Seif (PL-SC) embarcou nesta terça-feira, 31, para Itapema, litoral de Santa Catarina, e vai acompanhar de casa o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em Brasília que pode cassar seu mandato. A sessão está marcada para as 19 horas, mas pode ser adiada se os votos forem extensos. A aposta no entorno do senador bolsonarista é de absolvição, mas por placar apertado, de 4x3.
Seif recorreu a interlocutores nos três Poderes para evitar sua cassação, e contratou a ex-ministra do TSE Maria Claudia Bucchianeri para defendê-lo na Corte. Entre os aliados mais otimistas, circula a tese de que a Justiça Eleitoral pode optar por absolver o ex-secretário da Pesca de Jair Bolsonaro para arrefecer a crise entre os Poderes. Dentro do Congresso, até parlamentares mais próximos ao governo Lula torcem o nariz para a ideia de retirar um senador do mandato.
Amigos de Jorge Seif estão contando os votos horas antes do julgamento. A expectativa é que o relator Floriano Azevedo recomende a cassação e seja seguido pelo ministro André Tavares. Na contramão devem votar, apostam os aliados, Maria Isabel Diniz, Raul Araújo e Kassio Nunes Marques, que também é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e próximo ao bolsonarismo.
Todos os olhos, então, devem se voltar ao voto da ministra Carmen Lúcia, que consolidar abrir vantagem do senador ou empatar o jogo para o presidente da Corte, o ministro Alexandre de Moraes, selar o destino de Jorge Seif. Na reta final de sua passagem pelo TSE, Moraes tem imposto sucessivas derrotas ao bolsonarismo.
Jorge Seif é acusado por adversários políticos de ter cometido abuso de poder econômico, a partir de recursos do empresário bolsonarista Luciano Hang que, supostamente, foram doados sem declarações à Justiça Eleitoral. O Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina o absolveu
Apesar dos discursos inflamados em plenários, o ex-secretário da Pesca circula razoavelmente bem entre diferentes núcleos políticos do Congresso, e pediu a intercessão junto ao TSE do senador Davi Alcolumbre (União-AP), quadro poderoso em Brasília.
Frente à possibilidade de eleições suplementares em Santa Catarina, União Brasil e o Novo já apresentaram nomes para a eventual disputa, como mostrou o Estadão.
