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Favorito em New Hampshire, Romney vira alvo de rivais republicanos

Pré-candidato é considerado liberal demais para parte do eleitorado conservador do partido

Por Alessandra Corrêa
Atualização:

WASHINGTON - Enquanto diferentes pesquisas continuam a indicar o favoritismo de Mitt Romney na primária republicana de New Hampshire, nesta terça-feira, 10, os outros cinco pré-candidatos que brigam pela indicação do partido para concorrer à presidência dos Estados Unidos reforçam os ataques ao ex-governador de Massachusetts. Veja também:
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A votação em New Hampshire, Estado de 1,3 milhão de habitantes que historicamente realiza a primeira primária do calendário eleitoral (uma semana após Iowa, onde a votação não é uma primária, e sim um caucus, espécie de assembleia de eleitores), começou na manhã desta terça-feira e deve se entender até a noite. Pesquisas divulgadas ao longo do dia colocam Romney com cerca de 20 pontos percentuais de vantagem sobre o segundo colocado, o ex-governador de Utah e ex-embaixador na China Jon Huntsman. Em outras pesquisas, o segundo colocado é o deputado Ron Paul, mas também com cerca de 20 pontos abaixo de Romney, e quase empatado com Huntsman. Diante do favoritismo de Romney, seus adversários subiram o tom dos ataques, iniciados já no fim de semana, quando os pré-candidatos se enfrentaram em dois debates. As credenciais conservadoras de Romney voltaram a ser colocadas em dúvida, assim como a capacidade do ex-governador de gerir a economia. Polêmica Parte da munição para os ataques foi dada pelo próprio Romney, que na segunda-feira gerou polêmica ao dizer, durante um encontro com empresários que "gosta de poder demitir pessoas". A declaração completa, feita durante uma discussão sobre planos de saúde, foi: "Eu quero que as pessoas tenham seu próprio plano (de saúde). Isso significa que a empresa seguradora terá um incentivo para mantê-los saudáveis. Também significa que, se você não gostar do que eles fazem, você pode demití-los. Eu gosto de poder demitir pessoas que me prestam serviços".No entanto, foi este último trecho que serviu de mote para uma onda de críticas ao pré-candidato. Huntsman, de olho no segundo lugar em New Hampshire, disse: "Está claro que ele gosta de demitir pessoas. Eu gosto de criar empregos". A campanha do governador do Texas, Rick Perry, chegou a criar um toque de celular com a frase de Romney. Do lado do ex-presidente da Câmara dos Representantes (equivalente a deputados federais) Newt Gingrich, o ataque veio por meio de um vídeo criticando o histórico empresarial Romney e acusando o ex-governador de "colocar os lucros à frente das pessoas". Margem Ao se defender dos ataques, Romney voltou a dizer que vai criar empregos caso seja eleito presidente, mas analistas afirmam que a votação em New Hampshire poderá medir o real impacto das críticas sobre sua candidatura. A criação de empregos e a economia são as duas principais preocupações do eleitorado republicano do Estado, superando temas comportamentais que predominam nos mais conservadores Iowa e Carolina do Sul, esta palco da próxima primária, no dia 21. Com a vitória de Romney praticamente certa, a expectativa é quanto à margem de votos que o ex-governador de Massachusetts vai conquistar sobre os demais adversários em New Hampshire. Romney já venceu o caucus em Iowa, apesar de uma diferença mínima, de apenas oito votos, sobre o segundo colocado, o ex-senador da Pensilvânia Rick Santorum. Segundo analistas, caso vença por uma ampla margem, Romney poderá chegar com força à próxima etapa, na Carolina do Sul. Com eleitorado fortemente conservador, essa prévia é considerada crucial na corrida republicana e, desde 1980, todos os vencedores nas primárias republicanas da Carolina do Sul acabaram ganhando a indicação do partido para concorrer à Presidência. Por outro lado, uma vitória com pouca margem em New Hampshire, dizem analistas, pode reforçar a ideia de que Romney, considerado moderado demais por alguns, não tem força suficiente para conquistar o amplo eleitorado republicano, nem para vencer o presidente Barack Obama na eleição de 6 de novembro, caso seja o indicado do partido. O candidato republicano só será anunciado oficialmente em agosto, durante a convenção nacional do partido. A expectativa, porém, é de que o nome já seja conhecido antes, ao longo da temporada de prévias ao redor do país.

 

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