Gabriel Boric sobre Bolsonaro: ‘Claramente somos muito diferentes’

Presidente eleito do Chile comentou falas do mandatário brasileiro sobre sua vitória nas urnas

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Por Pedro Prata
Atualização:

O presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, disse nesta sexta-feira, 24, que ele e Jair Bolsonaro (PL) são “claramente muito distintos”. Segundo o jornal La Tercera, foi uma resposta ao ser questionado sobre posicionamentos do presidente Bolsonaro e seu filho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), sobre a vitória de Boric nas eleições nacionais chilenas.

Presidente eleito do Chile, Gabriel Boric defendeu moderação ao comentar fala de Bolsonaro a seu respeito. Foto: Esteban Felix/AP Photo

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Quatro dias após o anúncio do resultado, o Itamaraty publicou nota parabenizando o esquerdista e desejando cooperação em iniciativas bilaterais e regionais. O presidente Bolsonaro disse em uma live nas redes sociais que determinou ao Itamaraty cumprimentar “o tal do Boric” e ressaltou a grande abstenção no pleito.

Já o deputado Eduardo Bolsonaro destacou posicionamentos de Boric contra o liberalismo econômico em suas redes sociais. Ao comentar que ele pretende aumentar a carga tributária para promover o estado de bem-estar social, o comparou aos governos venezuelanos de Nicolás Maduro e Hugo Chávez.

Boric alegou que não havia ficado sabendo dos comentários da família Bolsonaro e que as analisaria. “Não vou fazer declarações desmesuradas. Acredito que quando estamos falando de políticas de Estado é preciso ser um pouco mais cuidadoso”, completou logo após receber a dose de reforço da vacina contra a covid-19.

Gabriel Boric é um ex-líder estudantil que se destacou à frente de protestos por educação gratuita em 2011, durante o primeiro governo de Sebastián Piñera, de quem agora herdará o comando do país. Os dois já se reuniram para discutir a transição pacífica de poder. Participou do encontro o candidato derrotado Antonio Kast.

A vitória de Boric no Chile aumenta o isolamento político de Bolsonaro na América do Sul. Das eleições mais recentes, a esquerda venceu no Chile, no Peru, na Bolívia e na Argentina, enquanto candidatos de direita se elegeram somente no Equador e no Uruguai.

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