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De Beirute a Nova York

Por que a Carolina do Sul demorou 150 anos para abandonar bandeira racista?

A Carolina do Sul retirou, com 150 anos de atraso, a bandeira dos confederados, associada à escravidão e ao racismo, da frente do palácio do governo em Columbia, a capital. A ação ocorre semanas depois do atentado terrorista supremacista branco cometido contra uma igreja frequentada por negros em Charleston, no mesmo Estado. O terrorista aparece em vídeos celebrando a bandeira, também usada por organizações racistas nos EUA.

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Por gustavochacra
Atualização:

É triste pensar que precisou ocorrer um ataque terrorista de um supremacista branco para a Carolina do Sul e outros Estados americanos abandonarem esta bandeira racista. Para quem não sabe, os confederados do sul lutaram uma guerra civil para manter a escravidão. Obviamente, esta bandeira é ofensiva para a população negra ou para qualquer pessoa decente que ache repugnante o racismo.

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Vivi na Carolina do Sul, onde tenho a minha família americana do intercâmbio. Foi no subúrbio de Columbia, em Chapin. É quase inacreditável este momento para mim ou qualquer pessoa com ligação a este Estado, um dos mais tradicionais do sul dos EUA. Era algo inimaginável. Muitas casas ainda mantêm esta bandeira. Na minha high school, como escrevi aqui em junho, brancos e negros não tinham convivência comum, a não ser no caso de atletas.

Fico muito orgulhoso, e esta é uma declaração pessoal, da minha família americana (Tommy, Becky e Katie) do intercâmbio que sempre disse para mim ser um absurdo esta bandeira tremular no Estado deles.

A escravidão acabou nos EUA há 150 anos, a segregação há 50, mas o racismo ainda não. Mas, pelo menos, a partir de agora, símbolos racistas não são mais tolerados em entidades governamentais no país. Pena que alguns candidatos à Presidência, como Donald Trump, ainda preguem o preconceito - no caso dele, contra os hispânicos.

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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