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Fed diante do dilema da guerra comercial entre China e Estados Unidos

Com desemprego abaixo de 4%, crescimento ininterrupto há dez anos e inflação sob controle, o Banco Central dos EUA acenava com altas nos juros para evitar o superaquecimento, mas embate embaralhou estratégia 

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Por Helio Gurovitz
Atualização:

A guerra comercial e as eleições de 2020 criam um dilema para Jay Powell, o presidente do Fed. Com desemprego abaixo de 4%, crescimento ininterrupto há dez anos e inflação sob controle, o Banco Central dos Estados Unidos acenava até pouco atrás com altas suaves nos juros para evitar o superaquecimento da economia. 

Disputa comercial entre EUA e China coloca os presidentes Donald Trump (EUA) e Xi Jinping (China) em campos opostos Foto: Andy Wong/ AP Photo

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A guerra comercial, porém, embaralhou a estratégia. O impacto das tarifas, equivalentes a impostos, ainda não está claro. De um lado, ainda não foi sentido pelo consumidor nos preços. Deverá ser a partir de setembro, quando as empresas fazem encomendas para as importações do ano seguinte (e poderão vigorar as novas rodadas que têm como alvo China).

De outro lado, o plano de trazer de volta fábricas e investimentos aos Estados Unidos também não surtiu resultado. À medida que arrefece o efeito dos cortes de impostos de 2017, a expectativa é que a economia esfrie.

Desde que o Fed retomou a política de alta, o juro subiu até 2,5%. Não há muito espaço para corte, se Jay Powell precisar estimular a atividade. Se decidir manter a alta, para conter a pressão na inflação, o risco será uma recessão.

Em ano eleitoral, é uma possibilidade de que Donald Trump nem quer ouvir falar. Powell insinuou que o juro poderia voltar a cair para evitar desaquecimento. A declaração sugere que dificilmente o Fed resistirá à pressão política – que poderá ajudar a inflar uma nova bolha.

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