Idosos protestam na Venezuela para exigir o pagamento da aposentadoria

Presidente Nicolás Maduro anunciou no Twitter o crédito neste sábado de 25% do benefício - cerca de US$ 7 de acordo com o câmbio oficial - e muitas pessoas pensaram que os bancos abririam

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Por Redação
Atualização:

CARACAS - Depois de passar horas em filas para tentar receber sua aposentadoria em dinheiro, idosos de diferentes cidades da Venezuela protestaram neste sábado, 1º, bloqueando ruas por não conseguirem sacar o dinheiro nos bancos.

O presidente Nicolás Maduro havia anunciado que pagaria neste sábado uma parcela da aposentadoria, cujo valor aumentou em 4,2%. Essa declaração confundiu muitas pessoas, que pensaram que os bancos abririam.

Idosos protestam em Caracas por não conseguirem sacar parte da aposentadoria paga neste sábado pelo governo Foto: EFE/Miguel Gutiérrez

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Embora os aposentados tenham recebido em suas contas, muitos foram aos bancos para sacar dinheiro em espécie, que, escasso na Venezuela, é cobiçado pelos comerciantes. Produtos básicos são vendidos até pela metade do preço se pagos em dinheiro.

"O presidente disse que iriam pagar hoje e eu vim de Los Teques, nos arredores de Caracas, e acontece que não é verdade. Sai de casa sem tomar café da manhã", lamentou Cecilia Montañés, de 74 anos.

Alguns motoristas ficaram irritados com os bloqueios e tentaram passar pela força. Um homem saiu de seu veículo para discutir com os idosos que, alterados, o agrediram. Foram registrados protestos em diferentes áreas de Caracas e em Estados como Zulia, Lara e Bolívar.

Maduro explicou no Twitter que este sábado pagaria 25% da aposentadoria: 450 bolívares soberanos (US$ 7 de acordo com o câmbio oficial).

Diante da confusão, o vice-presidente da área econômica, Tarek El Aissami, disse na televisão estatal VTV que o governo nunca havia dito que a aposentadoria poderia ser sacada nos bancos neste sábado.

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O aumento da aposentadoria e do salário mínimo - este em 3.400% - é parte de um programa de reformas econômicas impulsionadas por Maduro, em meio a uma hiperinflação que poderia fechar em 1.000.000% este ano, de acordo com o FMI. / AFP

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