Inundações na Ilha de Maiorca deixam ao menos 10 mortos

Entre as vítimas estão um casal britânico e uma mulher holandesa

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MADRI -  Pelo menos  dez pessoas morreram, duas delas de nacionalidade britânica, enquanto uma criança seguia desaparecida nesta quarta-feira (10) em razão das fortes inundações na Ilha de Maiorca, no arquipélago turístico espanhol das Ilhas Baleares.

As vítimas são "um casal britânico e uma mulher holandesa", "duas mulheres e quatro homens espanhóis" e "um homem não identificado, possivelmente estrangeiro", detalharam os serviços de emergência das Ilhas Baleares.

Inundações na Ilha de Maiorca deixaram um rastro de destruição e vários mortos Foto: REUTERS/Jon Nazca

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Uma criança continuava desaparecia, informaram anteriormente estes serviços, que dão notícias sobre a situação em catalão e espanhol, assim como em inglês e alemão, um sinal da importante presença de estrangeiros na ilha.

Rafa Nadal põe as mãos à obra -

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Segundo um jornalista da AFP, o povoado de Sant Llorenç des Cardassar, epicentro da tragédia, foi devastado por uma enxurrada provocada pelas chuvas fortes que arrastou tudo em seu caminho.

Vários veículos ficaram completamente destruídos, montes de escombros e restos de móveis se empilhavam nas ruas transformadas em um lamaçal, várias árvores foram arrancadas e um pelotão de moradores e voluntários vindos de povoados vizinhos tiravam a água das casas.

O astro do tênis mundial Rafael Nadal, originário do povoado vizinho de Manacor, foi dar uma "mãozinha" durante várias horas, informaram à AFP as testemunhas Pedro Sánchez, vizinho de Sant Llorenç, e José Daniel Capo, vindo dos arredores.

Situada a 60 km de Palma de Maiorca, capital do arquipélago que no ano passado recebeu 13,8 milhões de visitantes estrangeiros, a zona afetada conta com vários estabelecimentos turísticos.

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A água subiu dois metros em 30 segundos-

A tempestade, que durou apenas algumas horas, surpreendeu por sua intensidade. "Choveu 220 litros por metro quadrado", detalhou o governo regional balear.

Ao ver a cheia em sua cidade, Pedro Sánchez entrou imediatamente no carro. "Mas quando vi, a água estava me levando. Subiu dois metros em 30 segundos e, por sorte, a água me colou a uma parede", contou o homem de 40 anos. "Saí pela janela do carro e me abriguei no telhado da casa de um vizinho", relatou. Deste telhado, viu a correnteza levar seu carro.

Mais de 600 pessoas participam das operações de busca por desaparecidos e socorro às vítimas, segundo as autoridades locais.

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Além disso, uma centena de reforços com dois helicópteros, oito veículos e cães farejadores chegaram na manhã desta quarta-feira à ilha, informou a Unidade Militar de Emergências espanhola.

Ao visitar a região, o chefe de governo Pedro Sánchez destacou as "circunstâncias absolutamente extraordinárias do fenômeno meteorológico de ontem" e prometeu recursos para ajudar as vítimas.

Três dias de luto -

A Casa Real também pediu a "solidariedade (...) de toda a Espanha" diante da "desolação e da tragédia" vividas pelas vítimas.

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O Congresso dos Deputados manteve um minuto de silêncio em Madri, enquanto o governo regional das Baleares decretou três dias de luto.

As autoridades locais habilitaram vários ginásios nos arredores para as pessoas que perderam suas casas, e Rafael Nadal também ofereceu como abrigo suas instalações esportivas.

Uma centena de pessoas precisaram ser realojadas em caráter de urgência na madrugada de terça para quarta-feira. / AFP

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