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Irã diz ter 60% de pacto nuclear com potências pronto

Americanos e europeus são mais cautelosos e preferem esperar mais; próxima rodada de negociações será no dia 13 de maio

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Por Redação
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VIENA -O Irã e as potências do P5+1 (EUA, Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Alemanha) concluíram nesta quarta-feira, 9, em Viena uma rodada de dois dias de negociação para um acordo definitivo sobre o programa nuclear de Teerã. Enquanto o chanceler iraniano, Mohamed Javad Zarif, garante que "60% do esboço" do pacto está concluído, os EUA afirmam que falta superar "importantes disparidades".

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De acordo com a declaração conjunta dos principais negociadores - Zarif e Catherine Ashton, chanceler da União Europeia -, resta "muito trabalho intenso" para cumprir o prazo para a elaboração do texto definitivo do acordo, que vence em 20 de julho. A próxima rodada de negociação está marcada para 13 de maio.

"Estamos de acordo sobre 50% ou 60% do texto (final). No entanto, as partes que faltam são muito importantes e contemplam vários temas. Tentaremos superar as divergências em todos os pontos principais", declarou Zarif.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Rybakov, negociador-chefe de Moscou, mostrou-se otimista, sugerindo que progressos relativos aos planos do Irã em relação ao reator de Arak foram alcançados. "A possibilidade de concessões mútuas envolvendo essa questão aumentou. Centímetro a centímetro, gota a gota, estamos avançando. Em geral, há uma dinâmica positiva", disse o vice-chanceler à agência de notícias russa Interfax.

No entanto, funcionário graduado do governo americano, que preferiu não ter o nome divulgado, não foi tão otimista. "Agora, estamos prontos para esboçar o texto. Neste ponto, não sabemos se seremos bem-sucedidos em superar as diferenças. A única coisa que importa, no fim das contas, é chegar ao acordo. Não haverá pacto se não houver concordância em todos os pontos."

As negociações entre o Irã e as seis potências mundiais ocorrem em meio a um aumento da tensão nas relações entre Teerã e o Ocidente em questões não relacionadas ao programa nuclear iraniano. Na terça-feira, os EUA declararam que a escolha do novo embaixador do Irã na ONU, Hamid Abutalebi, "não é viável". O diplomata iraniano é acusado de participar da crise de reféns ocorrida entre 1979 e 1981, em Teerã, quando funcionários da missão americana ficaram retidos por 444 dias. Nesta quarta, o Irã qualificou de "inaceitável" a rejeição do governo americano.

Enquanto isso, Teerã mostrava insatisfação com a crítica da União Europeia sobre os direitos humanos no país. / REUTERS

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