Irã nomeia mulher embaixadora pela primeira vez desde 1979

Marzieh Afkham, era porta-voz da chancelaria iraniana desde 2013 - o ano da eleição do presidente moderado Hassan Rohani -, e será embaixadora da República Islâmica na Malásia

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TEERÃ - Uma mulher foi nomeada embaixadora do Irã na Malásia, algo que não ocorria desde a revolução islâmica de 1979, anunciou no domingo o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamed Javad Zarif.

Marzieh Afkham, de 50 anos e diplomata de carreira há 30 anos, era porta-voz do ministério das Relações Exteriores desde 2013, o ano da eleição do presidente moderado Hassan Rohani.

Irã nomeou Marzieh Afkham para ser embaixadora na Malásia; é a primeira vez que uma mulher é indicada para o cargo desde a Revolução Islâmica de1979 Foto: AFP PHOTO / ATTA KENARE

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"Escolher Afkam como embaixadora levou alguns minutos, mas escolher seu sucessor levou quatro meses", ironizou Zarif em uma cerimônia de posse em Teerã, segundo a agência oficial Irna. Marzieh, a primeira mulher porta-voz da diplomacia iraniana, será substituída por um homem, Jaber Ansari. 

A veterana funcionária será responsável pela legação diplomática na Malásia, uma monarquia eletiva onde o islã é a religião oficial, no que constitui uma ruptura com as práticas diplomáticas iranianas nas quais os homens ocupavam todos os cargos de maior responsabilidade e de representação do Estado.

A nova embaixadora elogiou "a confiança depositada nas mulheres ao concedê-las responsabilidades e a oportunidade de ajudar a fazer avançar a sociedade iraniana". "A audácia desta decisão é uma honra que o senhor deu ao Ministério das Relações Exteriores", disse Marzieh a Zarif.

Após sua eleição como presidente, Rohani solicitou a seus ministros que nomeassem mulheres em cargos importantes e advertiu que "a discriminação não seria tolerada". Ele mesmo nomeou três mulheres entre seus 11 vice-presidentes.

Apesar de ter um estatuto muito mais favorável do que em outros países da região, as mulheres iranianas sofrem com leis que as discriminam em temas como o casamento, o divórcio e as heranças. / AFP e EFE

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