Japão: pilotos não perceberam incêndio no avião; bombeiros levaram oito horas para apagar o fogo

Os três pilotos da aeronave só souberam da situação quando os assistentes de voo lhes informaram, disse um porta-voz da Japan Airlines

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Por Redação
Atualização:

Os pilotos do avião da companhia aérea Japan Airlines (JAL) que pegou fogo após colidir com outra aeronave inicialmente não perceberam a princípio o incêndio, conforme novos detalhes divulgados pela empresa nesta quinta-feira, 4. Os três pilotos só souberam da situação quando os assistentes de voo lhes informaram, disse um porta-voz da JAL.

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O avião colidiu com uma aeronave da Guarda Costeira após pousar na noite de terça-feira no aeroporto de Haneda, em Tóquio. As 379 pessoas a bordo do avião da Japan Airlines conseguiram escapar com segurança. Dos seis ocupantes da pequena aeronave, cinco morreram.

Uma bola de fogo irrompeu do avião de passageiros antes de parar, e as chamas se espalharam pelo restante da aeronave, de acordo com imagens divulgadas pelos passageiros.

Um avião queimado da Japan Airlines é visto no aeroporto de Haneda na quinta-feira, 4 de janeiro de 2024, em Tóquio, Japão Foto: Kyodo News via AP

Os pilotos disseram que não fizeram “contato visual” com o outro avião, embora um deles tenha observado “um objeto” um pouco antes do impacto, segundo a JAL. “Depois que o avião aterrissou e em torno do momento que o trem de pouso tocou a terra, durante esses segundos, dizem que sentiram um impacto”, acrescentou o porta-voz.

O chefe dos comissários de bordo relatou o fogo à cabine de comando e pediu permissão para abrir as saídas de emergência, informou a NHK. Nesse momento, a aeronave estava se enchendo de fumaça, com bebês chorando e passageiros implorando para que abrissem as portas, conforme as imagens.

“Deixem-nos sair”

Em um vídeo, uma voz jovem implora: “Por favor deixem-nos sair. Por favor. Abram, por Deus”. Havia oito saídas de emergência, mas a retirada começou em dois tobogãs na frente da aeronave.

A JAL indicou que havia apenas uma saída adicional, na parte traseira esquerda, que estava a salvo do fogo, mas a comunicação interna não funcionava, por isso os pilotos não podiam autorizar seu uso.

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Os comissários consideraram urgente desembarcar os passageiros pela porta traseira, então abriram-na sem permissão, conforme treinados. O avião levou 18 minutos para retirar todos os passageiros, sendo o piloto o último a sair.

Logo depois, o avião foi engolido pelo fogo e dezenas de caminhões de bombeiros tentaram apagar as chamas, o que levou oito horas.

“Honestamente, pensei que não sobreviveria. Eu escrevi para minha família e amigos dizendo que meu avião estava em chamas”, contou uma passageira à NHK.

No final, apenas dois passageiros sofreram ferimentos, como hematomas e torções de membros, disse a JAL.

“Os passageiros parecem ter seguido as instruções ao pé da letra”, comentou Terence Fan, um especialista na indústria aérea, à AFP.

Investigadores do Japão, França, Reino Unido e Canadá analisavam nesta quinta-feira o acidente, com os destroços carbonizados de ambas as aeronaves ainda deitados em uma das pistas de Haneda.

Gravações do voo e de voz do avião da guarda costeira foram recuperadas, assim como gravações do voo de avião de passageiros, mas não os registros de voz.

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Transcrições das comunicações dos controladores de tráfego aéreo divulgadas pela imprensa revelaram que a torre de controle havia aprovado o pouso do voo da JAL. No entanto, a aeronave da Guarda Costeira teria sido instruída a se dirigir para outra parte da pista, o que não cumpriu./AFP

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