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Justiça considera Organização Trump culpada de fraude fiscal em Nova York

Decisão no caso movido pela promotoria distrital de Manhattan foi um repúdio às práticas financeiras nos negócios do ex-presidente, que pretende voltar à Casa Branca

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Por Redação

A empresa da família do ex-presidente americano, Donald Trump, foi considerada culpada nesta terça-feira, 6, por fraude e evasão fiscal por um júri de Nova York. A decisão no caso movido pela promotoria distrital de Manhattan foi um repúdio às práticas financeiras nos negócios do ex-presidente, que pretende voltar à Casa Branca.

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Um júri considerou duas entidades corporativas da Organização Trump culpadas em todas as 17 acusações, incluindo as de conspiração e falsificação de registros comerciais. O veredicto veio no segundo dia de deliberações após um julgamento no qual a Organização Trump foi acusada de ser cúmplice de um esquema de altos executivos para evitar o pagamento de imposto de renda pessoal sobre regalias no trabalho, como apartamentos sem aluguel e carros de luxo.

A condenação é uma validação para os promotores de Nova York, que passaram três anos investigando o ex-presidente e seus negócios, embora as penalidades não devam ser severas o suficiente para comprometer o futuro da empresa de Trump.

Trump e seus filhos Eric, Don Junior e Ivana em NY Foto: P Photo/Mark Lennihan, File

A sentença, que ainda não foi decidida, pode prever pagamento de uma multa de até US$ 1,6 milhão - uma quantia relativamente pequena para uma empresa de seu tamanho. A condenção, porém, pode tornar mais complicados alguns de seus negócios no futuro.

Trump, que recentemente anunciou que concorrerá à presidência novamente, disse que o caso contra sua empresa faz parte de uma “caça às bruxas” motivada politicamente e travada contra ele por democratas vingativos.

O próprio Trump não estava sendo julgado, mas os promotores alegaram que ele “sabia exatamente o que estava acontecendo” no esquema da empresa, embora ele e seus advogados tenham negado isso.

O caso contra a empresa foi construído em grande parte em torno do testemunho do ex-chefe financeiro da Organização Trump Allen Weisselberg, que anteriormente se declarou culpado de acusações de que ele manipulou os livros da empresa e seu próprio pacote de remuneração para reduzir ilegalmente seus impostos. Weisselberg testemunhou em troca de uma sentença de prisão de 5 meses.

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Para condenar a Organização Trump, os promotores tiveram de convencer os jurados de que Weisselberg ou seu subordinado, o vice-presidente sênior e controlador Jeffrey McConney, eram agentes de “alta gerência” agindo em nome da empresa, que também se beneficiou de seu esquema.

Defesa alega quebra de confiança

Os advogados da Organização Trump repetiram o mantra “Weisselberg fez isso por Weisselberg” durante o julgamento de um mês. Eles argumentaram que o executivo havia se desviado e traído a confiança da empresa. Eles argumentaram que ninguém na família Trump ou na empresa era o culpado.

Embora tenha deposto como testemunha de acusação, Weisselberg também tentou assumir a responsabilidade no banco das testemunhas, dizendo que ninguém na família Trump sabia o que ele estava fazendo. “Foi minha ganância pessoal que levou a isso”, disse ele, emocionado.

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Durante seu argumento final, o promotor Joshua Steinglass tentou refutar a alegação de que Trump não sabia nada sobre o esquema. Ele mostrou aos jurados um contrato de aluguel assinado por Trump para o apartamento pago pela empresa de Weisselberg e um memorando que o ex-presidente rubricou autorizando um corte salarial para outro executivo que recebeu regalias.

Nessa investigação abrangente, os investigadores examinaram se Trump enganou os bancos e outros sobre o valor de seus bens imobiliários, campos de golfe e outros ativos - alegações no cerne do processo pendente da procuradora-geral de Nova York, Letitia James, contra o ex-presidente. /AP e AFP

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