LAGOS - O líder do grupo jihadista Boko Haram, Abubakar Shekau, foi ferido gravemente nos ombros durante um ataque aéreo do Exército da Nigéria no norte do país e pode estar morto, informou nesta terça-feira, 23, um porta-voz militar, o coronel Sani Kukasheka Usman.
Não é a primeira vez que o Exército nigeriano assegura ter matado Shekau, que habitualmente costuma aparecer em vídeo poucos dias depois para desmentir essas informações. Esta nova operação aconteceu na sexta-feira, quando os terroristas se encontravam na cidade de Taye, dentro da floresta de Sambisa, reduto do Boko Haram no norte do país.
"Em um ataque aéreo espetacular e sem precedentes, confirmamos que, como resultado da união de esforços das Forças Aéreas Nigerianas, alguns líderes dos terroristas do Boko Haram foram mortos e outros, feridos gravemente", explicou o coronel em comunicado.
Entre os jihadistas mortos estão comandantes do Boko Haram como Abubakar Mubi, Malam Nuhu e Malam Hamman, enquanto acredita-se que seu líder, Abubakar Shekau, tenha sido gravemente ferido em seus ombros, afirmou Usman.
O anúncio coincidiu com a visita do secretário de Estado americano, John Kerry, à região com o objetivo de informar sobre a luta contra o grupo islamita, cuja rebelião já deixou mais de 20 mil mortos e 2,6 milhões de deslocados desde 2009.
A Nigéria vem pressionando os EUA para que lhe venda aeronaves que lhe permitam enfrentar o Boko Haram, um grupo que emergiu em Borno, região do nordeste do país, sete anos atrás e luta para implementar a Sharia (lei islâmica) no país.
Polêmicas. No início de agosto, o grupo extremista Estado Islâmico, ao qual Abubakar Shekau jurou lealdade em março, designou um novo chefe para o Boko Haram, seu ex-porta-voz Abu Mosan Barnaui. Uma semana depois, Abubakar Shekau reafirmou sua liderança em um vídeo no qual garantia que o combate "contra a Nigéria e o mundo inteiro" era sua "responsabilidade pessoal".
Há poucos dias, o Boko Haram tamvém divulgou um vídeo onde apareciam menores supostamente pertencentes ao grupo de estudantes sequestrados em Chibok, em 2014, para demonstrar que a maioria das mais de 200 adolescentes raptadas segue em cativeiro. / EFE, REUTERS e AFP