Lula e Zelenski se reúnem pela primeira vez, falam em conversa sobre ‘caminhos de paz’

Após reunião bilateral com presidente ucraniano, diplomacia brasileira diz que Lula pode se reunir com Putin

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Foto do author Aline Bronzati
Por Aline Bronzati (Broadcast)
Atualização:

CORRESPONDENTE / NY - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, se reuniram nesta quarta-feira, 20, em NY. Segundo o chanceler Mauro Vieira, o encontro entre ambos foi importante e ambos conversaram sobre assuntos bilaterais, além de perspectivas para um possível acordo de paz sobre a guerra na Ucrânia.

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“Zelenski agradeceu Brasil por continuar em esforço por paz Lula e pediu que equipes continuem trabalhando em temas bilaterais e multilaterais”, disse o chanceler Mauro Vieira. “Não há nenhum desentendimento entre os dois chefes de Estado.”

Vieira deixou em aberto de um encontro entre Lula e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, mesmo após declarações do presidente sobre a guerra terem sido interpretadas como pró-Kremlin. O encontro foi marcado por uma gafe do chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba, que confundiu o presidente Lula com Putin.

“O presidente Lula deixou muito claro que ele está aberto a discutir, a conversar com quem quer que seja, com vistas a promover o entendimento entre as duas partes, de forma que se possa começar alguma conversa direta entre as duas partes envolvidas, com o apoio de outros países, para se buscar um caminho para a paz”, afirmou Vieira, em coletiva de imprensa, realizada há pouco.

Lula se reúne com Zelenski em NY  Foto: DIV

“A Rússia tem todo o diálogo, também, aberto com o Brasil... Tanto nós mantemos o Brasil em diálogo com todos, nós mantemos canais abertos com todos os países e estamos dispostos a ouvir todos os lados”, acrescentou Vieira.

Depois do encontro com Zelenski, Vieira se reunirá com o chanceler russo Sergei Lavrov na quinta-feira.

‘Conflitos de agenda’

A reunião começou por volta das 17:05 no horário local. Foi o primeiro encontro entre ambos depois de um cancelamento de última hora na cúpula do G-7, no Japão, em maio, em virtude de conflitos de agenda. Desde então, declarações de Lula sobre a guerra, muitas vezes tidas como um apoio tácito à Rússia, desagradaram o governo ucraniano.

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Participaram da reunião também o assessor internacional Celso Amorim e o secretário de comunicação, Paulo Pimenta.

Antes da reunião, questionado por jornalistas sobre as expectativas para o encontro, o petista respondeu que a reunião ‘seria é uma conversa de dois presidentes de países, cada um com seus problemas, suas visões’.

As reuniões bilaterais ocorrem no dia seguinte ao primeiro discurso de Lula na ONU em seu terceiro mandato, no qual evocou temas tradicionais da diplomacia brasileira e evitou assuntos mais espinhosos, como o conflito entre russos ucranianos, depois de uma série de declarações interpretadas como um respaldo tácito à Rússia, entre elas a relativização da importância do Tribunal Penal Internacional.

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