‘O que não se pode com votos tomaremos com armas’, ameaça Maduro

Presidente venezuelano afirmou estar disposto a iniciar uma luta armada no país para defender seu governo e a ‘revolução bolivariana’

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CARACAS - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, declarou nessa terça-feira, 27, que está disposto a iniciar uma luta armada no país para defender seu governo e a “revolução bolivariana”. A declaração foi feita momentos antes de Oscar Pérez, inspetor-chefe da divisão de apoio aéreo do CICPC (polícia científica do país), usar um helicóptero da corporação para sobrevoar as sedes do Executivo e do Judiciário em Caracas, exibindo uma faixa contra o líder chavista.

"Se a Venezuela for mergulhada no caos e na violência, e for destruída a revolução bolivariana, iremos ao combate (...) e o que não se pode com os votos tomaremos com as armas", declarou o presidente. Ele enfrenta desde o dia 1.º de abril uma onda de protestos que exigem sua saída e que já deixou mais de 70 mortos.

Oscar Pérez, inspetor-chefe da divisão de apoio aéreo do CICPC (polícia científica do país) usou um helicóptero da corporação para sobrevoar as sedes do Executivo e do Judiciário em Caracas, exibindo uma faixa contra Maduro, o qual qualificou a ação como parte de um “ataque terrorista” Foto: CARAOTA DIGITAL/Handout via REUTERS

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Maduro qualificou a ação de Pérez como parte de um “ataque terrorista”. "Toda a Força Armada foi acionada para defender a tranquilidade. Mais cedo ou mais tarde vamos capturar o helicóptero e os que realizaram este ataque terrorista", assinalou o presidente durante um ato por ocasião do Dia do Jornalista, no Palácio Presidencial de Miraflores.

Maduro explicou que uma das granadas lançadas do helicóptero contra o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) não explodiu. Inicialmente, ele havia mencionado duas, mas um comunicado posterior da presidência informou que foram quatro artefatos de "origem colombiana e fabricação israelense". Ainda segundo a presidência, foram realizados 15 disparos contra o Ministério do Interior.

Parlamento

Na Assembleia Legislativa, deputados e militares trocaram empurrões, em meio às acusações de que Maduro tenta provocar o caos para se manter no poder. Os legisladores opositores denunciaram que os militares entraram no Parlamento com caixas contendo suposto "material eleitoral", e não permitiram que fossem abertas, o que iniciou o confronto.

Vídeos divulgados pela secretaria de imprensa do Legislativo mostram deputados e militares se empurrando em meio a gritos. Enquanto isso, partidários de Maduro lançaram fogos de artifício nos jardins do Parlamento e gritaram palavras de ordem contra os deputados opositores.

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"Isto que aconteceu hoje não nos desanima, e sim nos dá mais força para seguir lutando por um país democrático. Isto se chama Maduro, o mesmo que disse que se os votos não servem, servem as balas", declarou o presidente da Câmara, Julio Borges, em relação à declaração do líder chavista. / AFP

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