CIDADE DO MÉXICO - A Secretaria de Segurança Cidadã (SSC) da Cidade do México informou na segunda-feira, 8, que a marcha feminista pelo Dia Internacional da Mulher deixou 81 pessoas feridas, entre policiais e manifestantes.
Além disso, o órgão informou que está investigando a possível utilização de gás lacrimogêneo no protesto pelos agentes e a participação de homens infiltrados na manifestação.
Como resultado dos conflitos na passeata, “62 policiais e 19 civis ficaram feridos, dos quais 9 policiais e um civil foram transferidos para hospitais com quadro de saúde estável”, disse a Subsecretária de Desenvolvimento Institucional do órgão, Marcela Figueroa, em entrevista coletiva.
Ela acrescentou que a marcha reuniu cerca de 20 mil pessoas e foi acompanhada por cerca de 1,7 mil policiais.
O ponto crítico do protesto ocorreu no histórico Zócalo, em frente ao Palácio Nacional, onde ocorreram confrontos. Para dissuadir os manifestantes, a polícia jogou gás de extintores de incêndio nas mulheres que tentavam derrubar as cercas para se aproximarem da casa presidencial.
Nestes confrontos, em múltiplas ocasiões, as manifestantes tiveram de deixar a área mais próxima à cerca devido à presença de gases irritantes, além da fumaça dos extintores.
Marcela, em nome do SSC "negou categoricamente" o uso de gás lacrimogêneo ou outro tipo de substância irritante contra as manifestantes e disse que há evidências em vídeos de que o gás "poderia ter vindo desses grupos".
A Cidade do México viveu um dia de manifestações com grande participação de mulheres que mostravam a indignação por um país apresentar números alarmantes de feminicídios.
O México registrou 967 feminicídios em 2020, um número quase idêntico aos 969 crimes de gênero um ano antes. Mais de 10 mulheres são assassinadas por dia, de acordo com a ONU Mulheres, em um país que teve 34.531 homicídios dolosos em 2020./ EFE